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Não, confesso que não
foram com essas palavras que me dirigi ao meu Anjo da Guarda naquela manhã
ensolarada na Praia do Futuro, em Fortaleza - CE. Mas meu exercício criativo se
encerra aqui. Tudo o mais que vem, a partir de agora, é o relato de um fato,
portanto, absolutamente verdadeiro.
Naquela ensolarada manhã
de uma segunda-feira de janeiro de 2009 (creio que foi no dia 26), eu, minha
esposa Danielly e meus filhos Mateus e Miguel – então com 11 e 9 anos de idade,
respectivamente –, estávamos curtindo meu único dia de férias do período na
Praia do Futuro. Como servidor público que sou, marquei um dia de férias para
janeiro, a fim de receber o terço de férias e o adiantamento de parte do 13o
salário para encarar as despesas de início de ano que preocupam a maioria dos
pais de família (matrícula dos meninos, material escolar, IPTU, IPVA, etc.).
Na ocasião, já próximo ao
meio dia, eu e o Miguel terminávamos de comer nossos caranguejos para
acompanharmos a Danielly e o Mateus que, já tendo terminado essa árdua tarefa,
nos esperavam tomando banho-de-mar. De repente, me aparece o Mateus:
–
Pai, a mamãe tá chamando pra procurar a
aliança dela que caiu no mar.
–
Onde ela caiu, na água ou na praia?
–
Na água!
Imaginei: “Já era! Mas
quem sabe se ela tiver ficado parada no lugar onde a perdeu pode ser que, por
um milagre, eu encontre sua aliança.”
Que nada! Quando estou
indo para a praia vejo a Danielly caminhando na minha direção, o que me fez
repreendê-la e afirmar que a aliança estava definitivamente perdida. Ela,
então, começa a chorar, e me diz que só saiu do lugar porque o Mateus, quando
ia me chamar, foi abordado por um turista [que parece queria uma informação], o
que a fez, preocupada, sair da água para ir em direção ao Mateus.
Diante do ocorrido, nós
nem mais procuramos a aliança. Afinal de contas, ela fora perdida dentro da
água, com a profundidade mais ou menos na linha da cintura, e não tínhamos mais
nenhuma referência do exato local onde a aliança caiu.
E tome choro... Mas
procurei consolar minha esposa falando que compraríamos uma aliança igualzinha,
que, depois de gravada com o meu nome e a data do casamento, seria levada ao
Padre para ser benzida.
Mas eu pedi. De forma
tímida, mas pedi. Confesso que com pouca fé, não por não acreditar, mas por
pensar que o que pedira seria irrelevante. Será que eu teria esse direito, de
pedir ao meu Anjo-da-Guarda para recuperar uma aliança perdida no mar, diante
de tantos problemas sérios com os quais nos defrontamos no dia-a-dia? Seria
justo esse meu pedido? Mas eu pedi. Acanhado, no pensamento, mas pedi. E nem
sequer me dei ao trabalho de colaborar com meu querido e divino amigo, pois não
procurei em momento algum a aliança perdida.
Para quebrar o clima de
tristeza, fomos brincar de enterrar o outro na areia. Brincamos por uns quinze
a vinte minutos, e resolvemos, depois, tomar banho de mar para tirar a areia do
corpo e ir pra casa.
Foi então que a Danielly,
de repente, cai com a batida de uma onda e se apóia com a mão esquerda na areia
do fundo do mar. E se levanta, trazendo na palma da mão areia e um objeto
maior, que revela seu brilho dourado com o mexer da mão aberta. Era a aliança
perdida, que imediatamente confirmei ser a nossa, ao procurar e ver o meu nome
e a data de nosso casamento.
Ela então me disse,
gritando entre lágrimas, que pedira ao seu Anjo-da-Guarda que encontrasse sua
aliança perdida. Fez, pois, o mesmo pedido que eu fizera, certamente com mais
fé e confiança naquele que Deus nos concedeu como nosso defensor nesta
caminhada passageira.
Foi dessa exata forma que
o fato aqui relatado ocorreu naquele belo e inesquecível dia.
Penso que Deus atendeu
nosso pedido para demonstrar que tal prece não era irrelevante como eu pensara.
Ele, com seus servos, resgatou um símbolo de um sacramento, o matrimônio, por
meio do qual o Senhor designou ao homem a sublime missão de povoar os Céus.
Só resta saber como foi executada
essa missão. Fico pensando que nossos Anjos-da-Guarda realizaram um belo
trabalho em equipe. Mas qual dos anjos empurrou a Danielly e qual colocou a
aliança em sua mão?
Um dia saberemos os
detalhes dessa linda operação de resgate, pela qual agradecemos a Deus na
pessoa de nossos Anjos-da-Guarda.
Francisco José
Amor lendo essa sua redação revivi o que passamos naquele dia. A tristeza da perda e a alegria do reencontro. Quero dar meu testemunho que o ano de 2009 foi um ano de muitas mudanças na nossa vida conjugal. Te amo muito!
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