A Paixão de Cristo (Via Sacra)
Com o Rosário da Divina Misericórdia
Pietá
(recorte), por William A. Bouguereau
Estações da Via Sacra segundo modelo adotado pelo Beato João Paulo II
Meditação da Via Sacra com as revelações feitas por Jesus a Maria Valtorta
Meditação da Via Sacra com as revelações feitas por Jesus a Maria Valtorta
As Estações da
presente Via Sacra seguem modelo adotado pelo Beato João Paulo II na noite da Sexta-feira Santa de 1991, no
Coliseu, em Roma, quando o Santo Pontífice resolveu estabelecer um maior
vínculo entre as Estações da Via Sacra e a Escritura Sagrada, já que as
Estações se reportam a episódios narrados por algum dos quatro evangelistas.
Aqui, muito embora as
correspondentes passagens nos Evangelhos estejam referenciadas, optou-se por
ilustrar cada Estação da Via Sacra com as revelações feitas por Jesus a
Maria Valtorta[1], onde
os detalhes da Paixão de Nosso Senhor favorecem a um profundo mergulho naqueles
mistérios tão caros para nossa salvação.
Às 14 Estações da Via Sacra acrescentou-se a “15a” – a Ressurreição do Senhor –
completando, assim, o último mistério do Rosário da Divina Misericórdia, cuja
recitação se propõe durante a meditação desta oração, que é tão agradável a
Deus:
"São poucas as almas que contemplam a Minha Paixão com
um verdadeiro afeto. Concedo as graças mais abundantes às almas que meditam
piedosamente sobre a Minha Paixão." (Diário de Santa Faustina, n. 737)
Uma santa Quaresma para todos!
Preâmbulo
[O texto abaixo reproduzido, bem como os demais, foram
extraídos da obra de Maria Valtorta[2]]
Acusado, condenado e
morto. Traído, renegado e vendido. Abandonado até por Deus, porque sobre Mim
estavam os delitos que Eu havia assumido. [...] Mergulhado na lama de todos os
vossos pecados, fui jogado à profundeza escura da dor, sem ver mais a luz do
Céu, que correspondesse ao meu olhar de moribundo, nem a voz divina que
respondesse à minha última invocação.
Isaías nos diz qual a razão de tão grande dor: “Verdadeiramente Ele
tomou sobre si os nossos males e suportou as nossas dores”.
As nossas dores! Sim. Foi em lugar de vós que as suportei. Para aliviar
as vossas, para amenizá-las, para anulá-las, se me tivésseis sido féis. Mas não
quisestes sê-lo. [...] Mas, como é que não vistes Deus que brilhava na luz
de sua infinita misericórdia, com aquela veste posta sobre sua santidade em
vosso favor?
[...]
Teria bastado um meu olhar para reduzir a cinzas tanto os juízes, como
os carrascos. Mas Eu havia vindo voluntariamente para consumar o sacrifício,
como um cordeiro, pois Eu era o Cordeiro de Deus, e continuo a sê-lo
eternamente, e me deixei levar para ser despojado e morto, e para fazer de
minha Carne a vossa Vida.
Quando fui levantado na cruz, eu já estava acabado pelos sofrimentos sem
nome, e tratado com todos os nomes. Eu comecei a morrer desde Belém, ao ver a
luz da terra tão cheia de angústia e diferente para Mim, que era a Vida do Céu.
Continuei a morrer na pobreza, no exílio, na fuga, no trabalho, na falta de ser
compreendido, nas torturas, nas mentiras, nas blasfêmias. Estas coisas foram as
que me foram dadas pelo homem a Mim que tinha vindo para uni-lo com Deus!
[...]
[...] Eu sou o Rei da dor, e virei falar-te da minha dor com a minha
veste real. Acompanha-me, não obstante a tua agonia. Eu saberei, pois Eu sou Piedoso,
pôr diante dos teus lábios, intoxicados pela minha dor, também o mel perfumado
de contemplações mais serenas. Mas, por enquanto, deves ter preferência por
estas de sangue, porque por estas tu tens a Vida, e com elas levarás outros à
Vida. Beija a minha mão ensanguentada, e vigia, meditando sobre Mim Redentor.
(p. 10-11)
Rosário da
Divina Misericórdia (opcional)
Início: Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai
Primeiro Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação
dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Primeira Estação
† Jesus ora no Horto de Getsêmani, Monte
das Oliveiras
Mt
26,36-46; Mc 14, 32-42; Lc 22,39-46; Jo 18,1
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Simão, chegou a
hora de minha Paixão. E, para torná-la mais completa, o Pai me retira a luz aos
poucos, à medida que ela se aproxima. Daqui a pouco só terei trevas e a
contemplação do que são as trevas, isto é, de todos os pecados dos homens.Tu
não sabes, vós não podeis entender. Ninguém, a não ser quem for chamado por
Deus para alguma missão especial compreenderá esse sofrimento dentro do grande
sofrimento que é a Paixão e, visto que o homem é material tanto no amar como
no meditar, haverá quem chore e sofra pelas pancadas por Mim recebidas, pelas
torturas do redentor, mas não medirá esta tortura espiritual que – acreditai-o,
vós que me ouvis – será a mais atroz de todas... [...] (p. 16-17)
[...]
Ele faz uma
longa e ardente oração. [...] uma verdadeira conversação com o seu Pai. [...]
"Tu o sabes... Eu sou o teu Filho... Tudo, mas ajuda-me... A hora
chegou... Eu não sou mais desta terra. [...] Eu te peço tua piedade... Será que Eu
os farei salvos? [...] Isto Eu quero: que do imundo os salves, da carne, do
demônio... [...] Peço pelo homem, que é tua criatura, e que quis transformar em
barro até sua alma. Eu jogo na minha dor e no meu Sangue este barro, a fim de
que os tornem a incorruptível essência
do espírito por Ti amado. [...]. Ele [o demônio] é o rei nesta tarde.
Tanto no palácio real, como nas casas, por entre as milícias, no Templo... A
cidade está cheia deles, e amanhã será um inferno..." (p. 23)
[...] É amargo
demais este cálice! [...] Afasta isto do teu Filho! [...] Mas, meu Pai, não dês
ouvidos à minha voz, se ela pede o que for contrário à tua vontade. Não te
lembres de que Eu sou teu Filho, mas somente teu servo. Não a minha vontade,
mas a tua seja feita.
Jesus fica
assim por algum tempo. [...] É um farrapo de homem sobre o qual pesam todos os
pecados do mundo, sobre o qual pesa toda a Justiça do Pai, sobre o qual descem
a escuridão, [...] e aquela tremenda, mais que tremenda, tremendíssima coisa
que é o abandono por Deus, enquanto Satanás nos tortura... É a asfixia da alma
[...]. Isto é o Inferno...
Jesus geme,
entre os estertores e suspiros próprios da agonia: "Nada!... Nada!...
Fora! Faça-se a vontade do Pai. Ela! Só ela!..." [...] Eu só tenho um
Senhor: Deus Santíssimo. Uma só Lei: a obediência. Um amor: a redenção... [...].
Tenho por Mãe a Humanidade. E a amo até morrer por ela. A vida, Eu a entrego a
quem ma deu, e ma pede, o Supremo Senhor de todos os viventes. A Divindade, Eu
a afirmo, ao ser capaz desta expiação. A missão, Eu a cumpro com a minha morte.
Não tenho mais nada, a não ser fazer a
vontade do Senhor, meu Deus. [...] Vai para trás, Satanás. Eu sou de
Deus." (p. 26-27)
Depois não fala
mais nada, a não ser para dizer, com sua respiração entrecortada: "Deus!
Deus! Deus!" E o chama a cada batida do coração, e parece que a cada
batida, o sangue extravase. [...]
Mas uma
claridade mais viva se forma sobre sua cabeça, suspensa a mais ou menos um
metro acima dele [...] Ele levanta a cabeça. A lua brilha sobre o seu pobre
rosto, mas ainda brilha mais a luz angelical [...]. E aparece toda a tremenda
agonia no sangue que transpira pelos poros. [...] No rosto somente as lágrimas
já fazem dois riscos bem visíveis, ao longo da máscara vermelha. (p. 27-28)
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Segundo Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Segunda Estação
† Jesus, traído por Judas, é aprisionado
† Jesus, traído por Judas, é aprisionado
Mt 26,47-56; Mc 14,43-52; Lc 22,47-53; Jo
18,2-12
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Judas se
aproxima, suportando o olhar de Jesus, que está com um daqueles olhares lampejantes
dos seus melhores dias. E não abaixa o seu rosto. E Judas se aproxima de Jesus
com um sorriso de hiena, e lhe dá um beijo na face direita.
“Amigo, que
vieste fazer? Com um beijo me trais?”
[...]
“A quem
procurais?”, pergunta Jesus, de modo calmo e solene.
“A Jesus de
Nazaré.”
“Sou Eu.”Sua
voz foi como um trovão.
[...] E, como
um feixe de espigas cortadas, todos caem no chão. Ficam de pé somente Judas,
Jesus e os apóstolos [...]
[...]
Mas, enquanto
Jesus está falando, o Pedro se aproxima do homem que está espichando umas
cordas para amarrar Jesus e dá um golpe desajeitado com a espada. [...] Assim o
que ele fez foi quase lhe arrancar a orelha, que ficou pendurada com um grande
gotejar de sangue. [...]
“Guardai vossas
armas. Eu vos mando. Se Eu quisesse, teria os anjos do Pai para me defenderem.
E tu, fica são. Primeiro na alma, se podes.” E, antes de estender as mãos para
as cordas, toca no orelha, e a torna sã.
Os apóstolos
dão uns gritos desordenados. [...] E quem não grita, foge.
E Jesus fica sozinho...
Ele com os esbirros... E começa o caminho... (p. 29-31)
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Terceiro Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de
nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Terceira Estação
† A condenação de Jesus perante o Sinédrio
† A condenação de Jesus perante o Sinédrio
Mt
26,57-68; Mc 14,53-65; Lc 22,54-55.63-71; Jo 18,13-14.19-24
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
[Na casa de Anás – p. 44-45]
[...] De que me
acusas?"
"Por teres
inventado uma doutrina nova."
"Ó
sacerdote! Israel já está cheio de novas doutrinas: [...]. Mas Eu, não. Eu
tenho restabelecido a espezinhada fé de meu Pai, o Deus Eterno, e simplesmente
voltei a ensinar as dez proposições do Decálogo, gastando todas as forças dos
meus pulmões para fazer que elas entrassem nos corações que não as conheciam
mais."
"Que horror! Que blasfêmia!
Não existe um Templo em Jerusalém? Seremos agora como os desterrados da
Babilônia? Responde."
"É isto
mesmo que sois. E mais ainda. Aqui há um Templo. Sim. Um edifício. Deus não
está nele. De lá Ele fugiu, diante da abominação que se pratica em sua Casa.
Mas, por que é que me fazes tantas perguntas, se minha morte já é uma coisa
decidida?"
[À casa de
Caifás – p. 46-49]
[o rabino
Gamaliel] [...] “Quem és tu? Dize-o a mim”. E Jesus docemente lhe responde: “Lê
os Profetas e neles encontrarás resposta. O primeiro sinal está neles. O outro
está para vir.”
[...]
[...] "Se
eu falei bem, por que é que me bates? E, se Eu falei mal, por que é que não me
dizes onde é que está o meu erro? Eu repito: Eu sou o Cristo, o Filho de
Deus. Não posso mentir. O Sumo Sacerdote, o Eterno Sacerdote, sou Eu. Somente
Eu é que trago o verdadeiro Racional, sobre o qual está escrito: Doutrina e
Verdade. É a estas que Eu sou fiel. Até à morte, que é ignominiosa aos olhos do
mundo, mas santa aos olhos de Deus e até à feliz Ressurreição. Eu sou Ungido
Pontífice e sou Rei. E já estou para segurar o meu cetro, e com ele, como com
uma peneira, Eu quero limpar a minha eira. Este Templo será destruído e
ressurgirá, novo e santo. Porque este atual é corrompido, e Deus o entregou ao
seu destino."
"Blasfemador!",
todos gritam em coro. [...] "Seja réu de morte!"
E, com gestos
de desprezo e de escândalo, eles saem da sala, deixando Jesus à mercê dos
esbirros e do populacho [...].
Assim passam as
horas [...]
[...]
Jesus é levado
de novo para o tribunal. E todos, em coro, lhe repetem a pergunta capciosa:
"Em Nome do Deus verdadeiro, dize-nos: és tu o Cristo?"
E, tendo recebido a mesma
resposta de antes, eles o condenam à morte, e dão a ordem de conduzi-lo a
Pilatos.
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Quarto Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Quarta Estação
† As negações do Apóstolo Pedro
† As negações do Apóstolo Pedro
Mt 26,69-75; Mc 14,66-72; Lc 22,54-62; Jo
18,15-18.25-26
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
A aurora vem chegando com dificuldade e
esverdeada. Foi dada uma ordem, que levem o prisioneiro para o Salão do
Conselho, para um processo mais legal.
É nesse momento que Pedro nega pela
terceira vez conhecer o Cristo, quando este passa, já bem marcado pelos
sofrimentos. E à luz esverdeada da aurora, sua lividez parece ainda maior,
sobre o seu rosto de cor térrea, com os olhos mais fundos e vidrados, um Jesus
desfigurado pelas dores que lhe causa o mundo. [...]. E, precisamente no
momento em que aparece Jesus, não se ouve outra coisa, senão a voz rouca do
Pedro, dizendo: "Eu juro, mulher, que não o conheço." Suas palavras
são secas, cortantes, e foi a elas que o galo respondeu, também com palavras
secas, cortantes, como que brincando com elas, como se o fizessem pensar em
alguma coisa, e lha lançasse no rosto.
Então Pedro sentiu um estremecimento.
Girou sobre si mesmo, querendo fugir, mas foi logo dar de frente com Jesus, que
está olhando para ele com uma grande compaixão, com uma dor tão amarga e
intensa que me rasga o coração, como se, depois dela, tivesse que se dissolver,
e para sempre, o meu Jesus. Pedro dá um soluço, e sai de lá, caindo em si, mas
cambaleando como um ébrio. Ele foge atrás de dois servos que aparecem na
estrada e desaparecem, descendo, pela estrada ainda meio escura. (p. 49-50)
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Quinto Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Quinta
Estação
† Jesus entregue a Pilatos
Mt 27,11-26; Mc 15,2-15; Lc 23,1-5.13-25; Jo
18,28-40–19,1-16
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
[De volta a
Pilatos, depois de Jesus ter sido desprezado e tratado como um “doido” por
Herodes]
“Hebreus,
escutai. Vós me trouxestes este homem como um incitador do povo. Diante de vós,
eu o examinei, e não achei nele nenhum dos delitos de que o acusais. [...] Mas,
para não desagradar-vos, tirando-vos este passatempo, vos darei em troca
Barrabás. E a Ele mandarei dar quarenta varadas. E isso basta.”
"Não. Não.
Barrabás, não. A Jesus, a morte. E uma morte horrenda! Livra Barrabás, e
condena o Nazareno."
"Mas, ouvi
bem. Eu disse varadas. Não basta? Então, o farei flagelar. Isso é atroz,
sabeis? Pode ser que morra durante o ato. Que foi que Ele fez de mal? Eu não
acho nenhuma culpa nele. E o libertarei."
"Crucifica-o!
Crucifica-o! Mata-o! [...]
[...]
"Seja
flagelado", ordena Pilatos a um centurião.
"Quanto?"
"Quanto te
parecer. E assim esta tarefa termina. Eu já estou aborrecido. Vai".
[Depois da
flagelação e da coroação de espinhos]
Jesus é levado
de novo para o átrio [...]. Está ainda com a coroa, a clâmide [manto dos
antigos gregos] e o caniço.
[...]
[...] “Eis aqui
o homem. O vosso rei. Ainda não basta?”
[...] Eles
gritam, mostram os punhos, exigem morte...
Jesus continua
de pé. E eu lhes asseguro que Ele nunca mostrou a nobreza desta hora. Nem mesmo
quando Ele fazia os mais estupendos milagres. A nobreza da dor. E, de tal modo
divino, que bastaria para pôr-lhe o nome de Deus. Mas, para dizer esse Nome é
preciso que se seja, pelo menos, homens. E Jerusalém hoje não tem homens, só tem
demônios.
Jesus passa o
olhar sobre a multidão, procura e encontra, no meio dos rostos odientos, os
rostos amigos. [...] Menos de vinte amigos, no meio de milhares de inimigos...
E Ele inclina a cabeça entristecido pelo abandono. Uma lágrima cai... depois
outra... e mais outra. A vista do seu pranto não gera piedade, mas ódio ainda
mais feroz.
[...]
Pilatos está
andando sobre espinhos. Quereria e não quereria. Tem medo do castigo de Deus,
tem medo do de Roma, e tem medo das vinganças dos judeus. Por um momento o que
vence é o medo de Deus. E assim vai para a frente do átrio e troveja: “Ele não
é culpado.”
“Se dizes isso,
és inimigo do César. Quem se torna réu é inimigo dele. Tu queres libertar o
Nazareno. Nós vamos fazer que o César fique sabendo disso.”
Pilatos se vê
tomado pelo medo do homem.
“Quereis vê-lo
morto, então? Que o seja. Mas que o sangue deste justo não esteja em minhas
mãos”. E, tendo feito que lhe levassem uma bacia lavou as mãos na presença do
povo, que parece estar tomado por um frenesi, enquanto grita: “Sobre nós caia,
sobre nós o sangue dele. Caia sobre nós e sobre nossos filhos. Nós não temos
medo. Seja crucificado! Seja crucificado!”
Pôncio Pilatos
[...] manda que se escreva [...]: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”.
[...]
“Não, Assim não.
Não escrevas rei dos judeus, mas que ele disse que seria rei dos judeus”,
gritam muitos.
“O que escrevi,
está escrito”, diz com dureza Pilatos [...]. “Que vá para a cruz. Soldado, vai.
Prepara a cruz.” [...] (p. 59-65)
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Sexto Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Sexta Estação
† A flagelação e a coroação de espinhos de Jesus. Ludíbrio.
† A flagelação e a coroação de espinhos de Jesus. Ludíbrio.
Mt 27,24-25; Mc 15,15; Lc 23,22; Jo 19,1
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
[...] Eles
estão armados com o flagelo feito com sete tiras de couro ligadas a um cabo e
terminando em um pequeno martelo de chumbo. De modo ritmado, como se fosse um
exercício, eles começam a bater. Um na frente, e o outro atrás, de tal modo que
o tronco de Jesus fica dentro de uma roda de azorragues e flagelos. [...]
[...] E eles se
enfurecem especialmente contra o tórax e o abdome, mas não deixam de bater nas
pernas e nos braços, e finalmente na cabeça, para que não fique nenhum espaço
da pele sem dor.
E não se ouve
nenhum lamento... Se Ele não estivesse seguro pela corda, cairia. Mas Ele não
cai, nem geme. Somente sua cabeça é que fica pendente, depois dos golpes e mais
golpes recebidos no peito, como nos desmaios.
"Cuidado!
Pára aí! Para Ele ser morto, precisa ainda estar vivo", grita gracejando
um soldado.
[...]
"Espera.
Os judeus querem um rei. Pois agora vamos dar-lhe. É aquele", diz um
soldado,
E ele sai correndo para fora, e vai a um
pátio que fica mais atrás, e do qual volta com um feixe de ramos de pilriteiro
selvagem [...] Na frente eles põem um cordão de espinhos triplicemente
trançado. E atrás, onde as extremidades dos três ramos se cruzam, forma-se um
verdadeiro nó de espinhos, que penetram na nuca.
[...]
[...]
"Salve, ó Rei dos Judeus", e quase se arrebentam de tanto rir.
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Sétimo Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Sétima Estação
† Jesus carrega a Cruz
† Jesus carrega a Cruz
Mt 27,31; Mc 15,20; Jo 19,16-17
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Já vão levando
as cruzes. As dos dois ladrões são mais curtas. A de Jesus é muito maior. Eu
acho que a peça vertical não tem menos de quatro metros. Eu vejo a cruz, quando
ela já foi formada e vai sendo levada. [...] eu estou vendo uma verdadeira
cruz, já bem armada, e bem reforçada com pregos e parafusos com porcas. [...]
Antes de
entregarem a cruz a Jesus, penduram-lhe ao pescoço a tabuinha com estes dizeres
escritos: "Jesus Nazareno, Rei dos Judeus." E a corda que a prende se
embaraça na coroa, que fica se movendo e arranhando por onde ainda não foi
arranhado, e os espinhos vão penetrando em novos pontos, causando novas dores,
e fazendo o sangue escorrer de novo. O povo se ri, com uma alegria cheia de
sadismo, e o insulta, dizendo blasfêmias contra Ele.
Agora estão
prontos para sair. E Longino [o centurião que comandou a crucificação] dá
ordens para se porem a caminhar. Na frente vai o Nazareno. Atrás dele os dois
ladrões [...]”
[...] E logo se
torna evidente que Jesus está com uma grande fraqueza. [...]
Os judeus se
riem ao vê-lo como um embriagado, que vai cambaleando, e gritam, aos soldados:
"Batei nele! Fazei-o cair. Que caia na poeira o blasfemador!" Mas os
soldados só fazem o que lhes foi mandado, isto é, ordenam ao condenado que vá
pelo meio da estrada, e caminhe. [...]
[...]
Tem início a
subida do Calvário. É um caminho nu, sem nem um fio de sombra, calçado com
pedras soltas, que formam a subida.
[...]
Ele vai contra
uma pedra saliente e, enfraquecido como está, levanta o pé muito pouco, tropeça
nela, e cai para o lado do joelho direito, conseguindo, porém, ir-se
levantando, apoiando-se na mão esquerda. O populacho grita de alegria...
Afinal, Ele se levanta. E continua a andar. Sempre mais inclinado e ofegante,
congestionado, febril...
O cartaz que
vai balançando à sua frente lhe perturba a visão, e sua veste longa, agora que
Ele vai inclinado, se arrasta pelo chão, e para a frente lhe torna difícil dar
o passo. Ele torna a tropeçar, e cai sobre os dois joelhos, ferindo-se de novo
onde já estava ferido, e a cruz escapa de suas mãos e cai, depois de ter-lhe
dado uma forte pancada no dorso, obrigando-o a inclinar-se para levantá-la e a
cansar-se para pô-la de novo no ombro. E, enquanto Ele faz isso, aparece
claramente visível sobre o seu ombro direito a chaga feita pela cruz ao cair, e
que reabriu as feridas feitas pelos flagelos, unindo-as todas em uma só [...]
[...]
É nesse momento
que torno a ver [...] o grupinho dos pastores. Eles estão desolados,
perturbados, com roupas rasgadas, e chamam para si, com a força dos seus olhos,
os olhares de seu Mestre. E Ele vira a cabeça e os vê: e olha para eles, como
se eles tivessem uns rostos de anjos. Parece que Ele mata a sua sede, e se
sente fortalecido com o pranto deles, e sorri... [...]
Depois, em
seguida, vem a dor da terceira queda, que é completa. Mas desta vez não foi por
haver tropeços. É que Ele caiu por uma repentina falta de forças, uma síncope.
Ele cai logo todo estendido, batendo o rosto sobre pedras soltas, e ficando na
poeira, por debaixo da cruz que caiu em cima dele. Os soldados querem
levantá-lo. Mas, como Ele parece estar morto, vão dizê-lo ao centurião. Mas,
enquanto eles vão e vem, Jesus volta a si e, lentamente, com a ajuda de dois
soldados, enquanto o outro ajuda o Condenado a pôr-se de pé, e Jesus volta ao
seu lugar. Mas Jesus já está extenuado.
"Fazei que
Ele não morra, a não ser na cruz!", grita a multidão.
"Se o
fizerdes morrer antes, prestareis contas disso ao Procônsul, lembrai-vos disso.
O réu deve chegar vivo ao suplício", dizem os chefes dos escribas aos
soldados. (p. 95-100)
______________________________
Oitavo Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
______________________________________________
Oitava Estação
† Jesus e Simão Cirineu
† Jesus e Simão Cirineu
Mt 27,32; Mc 15,21; Lc 23,26
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Longino o está
observando [o Cireneu]. Ele pensa que o homem lhe possa ser útil, e lhe ordena:
"Homem, vem cá!" O Cireneu faz de quem não ouviu. Mas com Longino não
se brinca. [...]
"Estás vendo aquele homem?", pergunta-lhe ele. E, ao
dizer isso, vira-se para mostrar Jesus, e vê Maria, que está suplicando aos
soldados que a deixem passar. Ele fica com dó dela, e grita: "Deixa passar
a mulher." Depois ele torna a falar ao Cireneu: "Ele não pode mais
andar com toda aquela carga. Tu és um homem forte. Toma a cruz dele, e leva-a
para ele até lá em cima."
[...]
Ele chega até
perto de Jesus, justamente no momento em que Jesus está se virando para a Mãe,
que só agora é que Ele pôde ver, vindo ao seu encontro, pois Ele ia andando tão
inclinado, e com os olhos quase fechados, como se estivesse cego e grita:
"Minha Mãe!'
Esta é a
primeira palavra dele, desde que Ele foi torturado, a fim de que possa exprimir
o seu sofrimento. Porque naquele grito está a confissão de tudo e de cada uma
das tremendas dores do seu espírito, de seu moral e de sua carne. É um grito
dilacerado e dilacerante de um menino que está morrendo sozinho, [...] e que
quer a mamãe, a mamãe, porque só o seu beijo amoroso pode acalmar o ardor de
sua febre, e só a voz dela espanta os fantasmas, só o abraço dela torna a morte
menos amedrontadora...
Maria leva a
mão ao seu coração, como se tivesse recebido uma punhalada, e sente uma leve
vacilação. Mas Ela se reanima, apressa o passo enquanto vai com os braços
estendidos na direção do seu Filho. Ela grita, dilacerada pela dor: "Meu
Filho!" [...]
[...]
E o Cireneu tem
esta compaixão... [...] e se apressa em levantar a cruz, fazendo isso com uma
delicadeza de pai, a fim de não esbarrar na coroa nem ficar roçando nas
feridas.
[...]
[...] Agora,
atrás de Jesus, está o Cireneu com a sua cruz. E Jesus, livre daquele peso,
pode andar melhor. Ele está arquejando fortemente, [...] mas já está podendo
caminhar melhor. (p. 105-107)
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Nono Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Nona Estação
† O encontro de Jesus com as mulheres de Jerusalém
† O encontro de Jesus com as mulheres de Jerusalém
Lc 23,27-32
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Elas se
aproximam de Jesus, chorando, e se ajoelham a seus pés, enquanto Ele, ofegante,
pára,... e sabe até sorrir ainda para aquelas almas piedosas e para o homem que
as escolta, [...] Jônatas. Mas a este os guardas não deixam passar. Somente as
mulheres.
[...]
Uma outra
mulher, tendo perto de si uma menina que a serve, com um cofrezinho nos braços,
abre o cofrezinho, tira de lá um pano de linho muito fino, como um lenço, e o
oferece ao Redentor. E Ele o aceita. Mas visto que Ele não pode só com uma mão
fazê-lo por Si mesmo, a piedosa mulher o ajuda, tomando cuidado para não
esbarrar na coroa, que lhe vem caindo sobre o rosto. E Jesus aperta o linho
fresco sobre sua pobre face, e lá o segura, como se nele encontrasse um grande
conforto. Depois Ele lhe entrega o linho, e fala: "Obrigado [...]. Mas...
não choreis... por Mim... filhas de Jerusalém... mas pelos pecados... os vossos
e os... da vossa cidade... Dá graças a Deus... Joana... por não teres... mais
filhos... Vê... é piedade de Deus... não... não ter filhos para que sofram com
isso. [...] E vós... Mães... chorai sobre... os vossos filhos, porque esta hora
não passará sem castigo... E que castigo... se assim fazem... com o Inocente...
[...]. As mães... de então... chorarão... porque... em verdade Eu vos digo...
que será feliz... quem, então... cair... debaixo dos escombros... em primeiro
lugar. Eu vos abençôo... Ide... para casa... rezai... por Mim. Adeus,
Jônatas... Leva-as embora..." (p. 102-103)
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Décimo Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Décima Estação
† A crucificação de Jesus
† A crucificação de Jesus
Mt 27,33-44; Mc 15,22-32; Lc 23,33-38; Jo
19,16-24
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Quatro homens
musculosos, que pelo aspecto me parecem judeus, e judeus dignos da cruz mais do
que os condenados. [...] Estão vestidos com umas túnicas curtas e sem mangas, e
vêm trazendo nas mãos os cravos, os martelos e as cordas que eles, dizendo
chalaças, mostram aos três condenados. Enquanto isso, a multidão se agita em um
delírio cruel.
O centurião
oferece a Jesus a ânfora, para que Ele beba uma mistura anestésica de vinho com
mirra. E Jesus a rejeita. Mas os ladrões bebem bastante dela. [...]
É dada a ordem
aos condenados para que se dispam. Os dois ladrões logo o fazem, sem nenhum
pudor. [...]
[...] Jesus
vai-se despindo lentamente, por causa do espasmo que lhe causam as feridas, e
os recusa. Talvez Ele pense em conservar as ceroulas curtas, com que Ele estava
durante a flagelação. Mas, quando lhe foi dito que as tirasse também, Ele
estende a mão, para pedir como esmola o trapo aos carrascos, a fim de proteger
sua nudez. [...].
Mas Maria viu
aquilo e foi tirando o seu longo e leve pano branco, que lhe cobre a cabeça e
está por baixo do manto escuro sobre o qual Ela já derramou tantas lágrimas. E
Ela o tira, sem deixar cair o manto, entrega-o a João para que o passe a
Longino a fim de que o entregue ao seu Filho. O centurião pega o véu, sem criar
dificuldades, e, quando vê que Jesus está para desnudar-se completamente, estando
Ele virado, não para a multidão, mas para o lado onde não está o povo, [...] lhe
estende o pano da Mãe. E Jesus o reconhece. E se envolve com ele, dando muitas
voltas ao redor do abdome, e atando-o bem, para que não caia. E sobre aquele
linho, que até agora só foi molhado pelo pranto, caem as primeiras gotas de
sangue [...]
[...]
Depois chegou a
vez de Jesus. Ele se estende mansamente sobre o madeiro. [...]. Ele se agacha e
enfia a cabeça, por onde eles dizem que deve fazê-lo. Ele abre os braços, como
eles lhe ordenam e estende as pernas como eles mandam. [...]
Dois carrascos
se assentam sobre o peito dele, para segurá-lo quieto. [...] Um terceiro lhe
segura o braço direito segurando-o com uma mão sobre a primeira parte do
antebraço, e com a outra, na parte dos dedos. O quarto, que já tem na mão o
longo cravo aguçado na ponta, e terminando do outro lado em uma chapa redonda e
chata, da espessura de uma moeda dos tempos passados. Olha se o buraco que já
foi feito na madeira vai dar certo com o ponto da juntura raio ulnar do pulso.
Tudo bem? Aí o carrasco apóia a ponta do cravo no pulso, e dá a primeira batida.
Jesus estava
com os olhos fechados, ao sentir aquela dor aguda, solta um grito e faz uma
contração, arregala os olhos, que estão nadando em lágrimas. [...]
Maria responde
ao grito do seu Filho torturado com um gemido [...] segurando a cabeça entre as
mãos. Jesus, para não torturá-la, não grita mais. Mas os golpes continuam,
compassados, ásperos, de ferro contra ferro... [...].
A mão direita já está pregada. Passa-se para
a esquerda. O buraco não está no rumo do carpo. Então, eles apanham uma corda,
a amarram no pulso esquerdo e puxam, até que se desloque a articulação e se
arranquem os tendões e os músculos, além de lacerar a pele, já cortada pela
corda da captura. Também esta outra mão deve estar sofrendo, pois está esticada
para o rumo oposto, e, ao redor do seu cravo, vai-se alargando o buraco. Por
enquanto, ficam apenas no começo do metacarpo, isto é, entre o polegar e os
outros dedos justamente no centro do metacarpo, junto ao pulso. Aqui o cravo
entra mais facilmente, mas produzindo um maior espasmo [...]. Mas Jesus não
grita mais, tem somente um lamento rouco, atrás dos lábios fortemente fechados
[...].
Agora é a vez
dos pés. A uns dois metros, ou mais, da ponta da cruz, há uma pequena cunha,
que dá somente para um pé. [...]
Agora aqueles
que estavam sentados no peito de Jesus se levantam, e vão colocar-se sobre os
joelhos, visto que Jesus fez um movimento involuntário para encolher as pernas,
ao ver brilhar ao sol um cravo muito comprido [...]. Eles põem os seus pesos
sobre os joelhos esfolados e fazem compressão sobre as pobres canelas
contundidas, enquanto os outros dois executam a operação, muito difícil, de pregar
um pé sobre o outro, procurando combinar as duas articulações dos tarsos
sobrepostos.
Por mais que
eles fiquem olhando, e segurando com firmeza os pés, ao baterem o martelo sobre
os dedos contra a cunha, o pé que fica por baixo muda de lugar por causa da
vibração do cravo, e eles precisam quase arrancá-lo, porque ele, depois de ter
entrado nas partes moles, já sem ponta por ter perfurado o pé direito, deve
ter-se deslocado um pouco para o centro. E eles batem, batem, batem... Só se
ouve o atroz rumor feito pelo martelo sobre a cabeça do cravo, pois todo o
Calvário está com seus olhos e ouvidos atentos para apreciarem as ações e o
rumor, e se divertirem com aquilo...
Ao som áspero
do ferro se une o lamento de uma pomba, à surdina: é o gemido rouco de Maria
que, cada vez mais inclinada, a cada batida, como se o martelo estivesse
ferindo a Mãe Mártir. E Ela tem razão de parecer estar perto de ser despedaçada
por aquela tortura. A crucifixão é uma coisa tremenda. [...]
[...]
Agora a cruz
está sendo arrastada para o buraco, e vai baqueando, sacudindo o pobre
crucificado, pois o chão é muito acidentado. Por fim, é levantada a cruz, que
por duas vezes escapou das mãos dos que a estavam levantando, tornando a cair,
uma vez, de repente, e outra sobre o braço direito da mesma, causando um áspero
tormento a Jesus, porque uma sacudida repentina move de lugar os membros
feridos.
[...]
Finalmente, a
cruz é firmada no terreno, e não há outro tormento, se não o de ficar
pendurado. [...] Jesus está calado. A multidão não se cala mais. Mas até
recomeça aquele vozerio infernal.
Agora o alto do
Gólgota tem o seu troféu e sua guarda de honra. No ponto mais alto está a cruz
de Jesus. De um e do outro lado dela, estão as outras duas. [...] (p. 110-115)
______________________________
Décimo Primeiro Mistério:
Eterno Pai,
Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo
Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo
inteiro. (1x)
Pela Sua
dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e
Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu
confio em Vós. (1x)
______________________________________________
Décima Primeira Estação
† Jesus e o bom ladrão
† Jesus e o bom ladrão
Lc 23,39-42
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
[...] o ladrão
da esquerda, lá de sua cruz continua a insultar. Parece que ele se tornou agora
o maior colecionador de todas as blasfêmias dos outros [...].
O outro ladrão,
que está à direita, e tendo Maria quase a seus pés, olha para Ela quase mais do
que para Cristo, há alguns momentos que vem murmurando: "É a Mãe", e
diz ao companheiro: "Cala-te! Não temes a Deus, nem mesmo agora que estás
sofrendo este castigo? Por que é que insultas a quem é bom? Ele está passando
por um suplício maior do que o nosso. E nunca fez nada de mal."
Mas o ladrão continua
com suas imprecações.
[...]
O outro ladrão,
que está olhando, sempre com maior compaixão para com a Mãe, que está chorando,
o censura, quando percebe que nos insultos Ela também é alvejada. "Cala-te.
Lembra-te que nasceste de uma mulher. [...] As nossas mães morreram... Eu
gostaria de poder pedir perdão a elas. Mas, será que poderei? A minha era uma
santa... Eu a matei com a dor que lhe causava... Eu sou um pecador... Quem é
que me perdoa? Ó Mãe, em nome do teu Filho moribundo, reza por mim."
A Mãe
levanta, por um momento, o seu rosto angustiado e olha para ele, para aquele
infeliz que, por causa da lembrança da mãe, e da contemplação da mãe, está a
caminho do arrependimento, e parece desejá-lo, com aquele seu olhar de
arrependimento.
Dimas chora bem
alto. Isso excita ainda mais a zombaria da multidão e do seu companheiro. A
multidão grita: "Bravo! Toma essa aí por tua mãe. Assim ela ficará com
dois filhos delinqüentes!" E o outro insiste: "Ela te ama, e te ama,
porque tu és uma cópia imperfeita do seu bem-amado."
Jesus fala,
então, pela primeira vez: "Meu Pai, perdoa-os porque eles não sabem o
que estão fazendo!"
Esta oração
venceu todo o temor de Dimas. E ele ousa olhar para o Cristo e dizer: "Senhor,
lembra-te de mim, quando estiveres no teu reino. Que eu sofra, é justo. Mas,
dá-me misericórdia e paz, depois desta vida. Uma vez eu ouvi a tua palavra e,
como um doido, eu a repeli. Mas agora eu me arrependo dos meus pecados,
arrependo-me deles diante de Ti, ó Filho do Altíssimo. Eu creio que Tu vens de
Deus. Eu creio no teu poder. Creio na tua misericórdia. Cristo, perdoa-me em
nome de tua Mãe e do teu Pai Santíssimo."
Jesus se vira
para ele, olha-o com profunda piedade, e ainda tem um sorriso muito bonito em
sua pobre boca torturada. E diz: "Eu te digo: hoje mesmo estarás comigo
no Paraíso."
O ladrão
arrependido fica calmo e, não se lembrando mais das orações aprendidas quando
menino, repete-as, como uma jaculatória: "Jesus de Nazaré, rei dos judeus,
eu espero em Ti. Jesus de Nazaré, rei dos judeus, eu creio em tua Divindade."
O outro
continua blasfemando. (p. 118-121)
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Décimo Segundo Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Décima Segunda Estação
† Maria Santíssima e o Apóstolo João ao pé da Cruz de Jesus
† Maria Santíssima e o Apóstolo João ao pé da Cruz de Jesus
Jo 19,25-27
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Longino, ao
olhar, vê Maria, justamente abaixo da saliência do terreno, onde está o seu
Filho, para o qual está virado o seu rosto angustiado. Ele chama um dos seus
soldados, que estão jogando com dados, e lhe diz; "Se a mãe quiser subir
com o filho que a acompanha, pode ir. E tu, escolta-a, e a ajuda."
E Maria, com
João, que Longino pensa ser filho dela, sobe pela escadinha cavada na rocha
tufosa, ao que me parece, e passa [...] para ver o seu Jesus. A multidão o que
lhe oferece imediatamente são os mais vergonhosos insultos, fazendo-a participar
de todas as blasfêmias dirigidas ao seu Filho. Mas Ela, com os lábios trementes
e embranquecidos, procura somente confortá-Lo[3]
com um sorriso amargurado, sobre o qual se enxugam as lágrimas, que nenhuma
força de vontade consegue deter em seus olhos. (p. 116)
[...]
Jesus parece ir
empalidecendo sinistramente [...]. [...] Ele murmura o nome que antes dizia
apenas no fundo do seu coração: "Minha Mãe!", "Minha Mãe!"
Ele o murmura em voz baixa, como num suspiro, como se estivesse já em um leve
delírio que o impedisse de ocupar-se com tudo aquilo que sua vontade quisesse.
E Maria, cada vez que isso acontece, faz o gesto irrefreável de estender os
braços para socorrê-lo.
E aquela gente
cruel se ri dos espasmos de quem está morrendo [...].
[...]
[...] muitos
começam a ficar impressionados com a luz que está envolvendo o mundo, e já
alguns estão com medo. [...]
É sob esta luz
crepuscular e medonha que Jesus dá Maria a João, e João a Maria. [...]
"Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua Mãe."
Maria está com
o rosto ainda mais desfeito, depois destas palavras que são o testamento do seu
Jesus, que não tem nada para dar a sua mãe, a não ser um homem, Ele que, por amor
do Homem a priva do Homem Deus, nascido dela. Mas a pobre Mãe procura não
chorar, a não ser em silêncio, porque não pode, não pode deixar de chorar... [...]
(p. 121-122)
[...]
A escuridão se
torna ainda mais completa. [...] Do meio daquela luz vem a voz lamentosa de
Jesus: “Tenho sede!”
[...]
Um soldado vai
buscar um vaso no qual os verdugos puseram vinagre com fel, para que ele com o
seu amargor aumente a saliva dos supliciados. Depois ele pega uma esponja, que
está mergulhada no líquido, coloca-a na ponta de um caniço leve, [...] e levanta
a esponja até o Moribundo. Jesus se vira com avidez para a esponja que lhe
oferecem. Parece um menino faminto que procura o peito materno.
Maria, que está
vendo aquilo, e que certamente se põe a pensar, dá um gemido, ao apoiar-se em
João, dizendo: "Ó seio meu, por que não produzes leite? Ó meu Deus, por
que, por que é que assim nos abandonas? Faze um milagre para o meu Filho. Quem
é que me ajuda a dessedentá-lo com o meu sangue, já que leite eu não
tenho?..."
[...]
E, cada vez
mais enfraquecido, Ele vai voltando a emitir um lamento infantil, ouvindo-se a
invocação: "Mamãe!" E a infeliz murmura: "Sim, meu Filho, eu
estou aqui." [...]
É uma
tristeza... E João chora sem preocupar-se. [...] (p. 125-127)
______________________________
Décimo Terceiro Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
______________________________________________
Décima Terceira Estação
† A morte de Jesus
† A morte de Jesus
Mt 27,45-56; Mc 15,33-41; Lc 23,44-49; Jo
19,28-30
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Os sofrimentos
são sempre mais fortes. O corpo tem os primeiros arqueamentos próprios da
tetania, e todos os clamores da multidão os exasperam. [...]
[...]
Com grande
dificuldade, apoiando-se mais uma vez sobre os pés torturados, encontrando para
isso força em sua vontade, e somente nela, Jesus se ergue sobre a cruz [...].
Ele grita em alta voz [...]: "Eloi, Eloi, lamma sabactani" (foi assim
que eu o ouvi falar). Ele deve perceber que está morrendo, absolutamente
abandonado pelo Céu, só confessar com estas palavras o abandono do Pai.
[...]
Repetem-se os
ataques de dor, uma dor sem consolo, como a que já o havia atribulado no
Getsêmani. Voltam as ondas dos pecados de todo o mundo a pesar sobre o pobre
náufrago inocente e a submergi-lo em sua amargura. Volta especialmente a
sensação que crucifica mais do que a cruz, mais desesperadora do que qualquer
outra, de que Deus o abandonou e que a Ele não chega sua oração...
[...]
A escuridão se
torna ainda mais completa. [...] Do meio daquela luz vem a voz lamentosa de
Jesus: "Tenho sede!"
[...]
Jesus, que
chupou com avidez aquela áspera e amarga bebida [o fel], vira a cabeça,
envenenado pelo gosto dela. Ela deve ser como um líquido corrosivo sobre os
lábios feridos e trincados.
[...]
Silêncio.
Depois, bem claras no meio da escuridão total, ouvem-se estas palavras:
"Tudo está terminado!", e depois, com a respiração cada vez mais
estertorosa, e com umas pausas de silêncio, entre um estertor e outro, cada vez
mais prolongadas.
[...]
As Marias estão
chorando, com a cabeça sobre uma elevação do terreno. E ouve-se bem o choro
delas, porque agora toda a multidão está calada de novo para assistir aos
estertores do Moribundo.
Ainda estão
fazendo silêncio. Depois, pronunciada com uma grande doçura, e com uma ardente
oração, ouve-se esta súplica: "Pai, em tuas mãos entrego o meu
espírito!"
Continua o
silêncio. Também os estertores estão diminuindo. Só há um curto sopro nos
lábios e na garganta.
Depois vem o
último espasmo de Jesus. Uma convulsão atroz, que parece querer arrancar o
corpo que está pregado com os três cravos no madeiro, vai subindo por três
vezes, dos pés até a cabeça [...]. [...] depois dá um grito muito forte, [...]
e fere o ar dando o "grande grito" do qual falam os Evangelhos, e que
é a primeira parte da palavra "Mamãe... E nada mais..."
A cabeça torna
a cair sobre o peito, e o corpo para a frente, o frêmito cessa, cessa a
respiração... Ele expirou...
A terra
responde ao grito do que foi matado com um estrondo pavoroso. [...] Os raios
são a única luz descontínua que permite ser vista. E depois [...] a terra
estremece em um turbilhão de vento em ciclone. O terremoto e o vento se unem
para darem um castigo apocalíptico aos blasfemadores. [...].
[...]
Longino vai
pôr-se bem diante do crucificado, estuda bem o golpe, e depois o vibra. A longa
lança penetra profundamente de baixo até em cima e da direita para a esquerda.
[...]
Da ferida sai
muita água e um fiozinho apenas de sangue, já começando a coagular-se. [...]
[...]
"Que
coisas tremendas! Eu [Gamaliel – o rabino] estava no Templo. Este foi o sinal!
O Templo desaprumado! O véu de púrpura e jacinto está todo rasgado e pendurado!
O Santo dos santos está aberto! O anátema caiu sobre nós." [...]
"Estas pedras tremerão às minhas últimas palavras! Ele o havia
prometido!..." [...]
[...]
Ele [Gamaliel]
se põe de joelhos, estende os braços, e chora: "Eras Tu! Eras Tu! Não
podemos mais ter perdão. Nós tínhamos desejado o teu Sangue sobre nós. E isso
brada ao Céu, e o Céu nos amaldiçoa... Oh! Mas Tu és a Misericórdia!... Eu
te digo, eu, o aniquilado rabi de Judá: Venha o teu sangue sobre nós, por
piedade..." E ele chora. [...] "Neste meu velho pensamento,
prisioneiro de umas fórmulas, penetra Tu, ó Libertador. Isaías o diz: ‘... Ele
pagou pelos pecadores, e tomou sobre Si os pecados de muitos.’ Oh! Os meus
também, ó Jesus de Nazaré..." (p. 120-134)
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Décimo Quarto Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em
expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
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Décima Quarta Estação
† Jesus deposto no sepulcro
† Jesus deposto no sepulcro
Mt 27,55-61; Mc 15,40-47; Lc 23,49-56; Jo
19,38-42
V. † Nós Te adoramos e bendizemos ó Jesus [Adoramus
Te, Christe, et benedicimus Tibi]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
R. Porque pela Vossa Santa Cruz remiste o mundo [Quia per sanctam Crucem Tuam redemisti mundum]
Os quatro
carrascos quereriam também ocupar-se com Jesus, despregando-o da cruz. Mas José
e Nicodemos não lhe permitem. [...]
[...]
Agora Ele está
no colo da Mãe... [...] E ela o chama... Chama com uma voz cheia de dor. [...]
[...]
Então, a
socorrem, a confortam. Querem tomar dela o Morto divino, visto que Ela está
gritando: "Onde, onde te colocarei, em que lugar que seja seguro e digno
de Ti!" O José, todo inclinado, em uma inclinação reverente, com a mão
aberta posta sobre o peito, diz: "Conforta-te, ó Mulher! O meu sepulcro
está novo e digno de um grande. Eu o dôo à Ele. [...]"
[...]
O pequeno
cortejo, depois de ter descido do Calvário, encontra, cavado na base do mesmo,
no calcário do monte, o sepulcro de José de Arimatéia. Num ato de piedade eles
entram nele com o Corpo de Jesus. [...]
Entram também
João e Maria. Não entram outras pessoas, porque a câmara é pequena [...].
Os dois
portadores descobrem o corpo de Jesus. Enquanto eles preparam as faixas e os
aromas em um canto da mesa, à luz de duas tochas, Maria se inclina sobre o
corpo de seu Filho, e chora. E de novo o enxuga com o véu que ainda está nas
costas de Jesus. É o único banho que toma o Corpo de Jesus esse das lágrimas de
sua Mãe [...].
[...]
Os lamentos
dela me fazem sentir-me mal. [...]
[...]
[...] "Mas
Tu te lembras, meu Filho, daquela sublime veste esplendorosa que tudo vestiu,
enquanto o teu sorriso nascia para o mundo? Estás lembrado daquela luz
beatífica que o Pai mandou dos Céus para envolver o mistério do teu nascimento,
e para fazer-te achar menos repelente este mundo escuro, para Ti, que eras a
Luz, e vinhas da Luz do Pai e do Espírito Paráclito. E agora?... Agora tudo
escuro e frio... Que frio!...Quanto frio. [...] Mas eu te amarei por duas: por
estes que amaram tão pouco, a ponto de te abandonarem na hora da tua dor. Eu te
amarei por aqueles que te odiaram. Por todo o mundo eu te amarei, meu Filho.
[...]."
[...]
[...] Os
pastores adoraram o Salvador em seu sono de criança. Vós adorais o Salvador em
seu sono de Triunfador sobre Satanás. Por isso, como os pastores, ide dizer ao
mundo: "Glória a Deus! O pecado morreu! Satanás está vencido! Que haja paz na
terra e no céu entre Deus e os homens!" Preparai os caminhos para a sua
volta. Eu vos mando Eu, que a maternidade constituiu a Sacerdotisa do rito.
[...] Então, não vos lembrais? "A esta geração má e adúltera, que me pede um
sinal, não lhe será dado outro, senão o sinal de Jonas... E assim o Filho do
homem estará por três dias e três noites no coração da Terra." Não vos
lembrais? "O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens,
que o matarão, mas no terceiro dia ressurgirá." Não vos lembrais?
"Destruí este Templo do Deus verdadeiro, e Eu, depois de três dias o
reerguerei." O Templo era o Corpo dele, ó homens. [...]
[...]
[...] “Pai, tem
piedade dos que não têm fé! Dá-lhes, Pai Santo, dá-lhes por esta vítima sacrificada
e por mim, vítima que se sacrifica ainda, dá-lhes a tua fé aos que não têm
fé!"
[...]
A Mãe se
arruma. Ela infunde respeito. [...] É verdadeiramente a sacerdotisa ao altar, a
sacerdotisa no ato do ofertório: "Oferecemos estes teus dons, que a nós
foram dados, como uma vítima pura, uma vítima santa, uma vítima sem mancha..."
Depois Ela se
vira: "Podeis fazer. Mas ele ressurgirá. É inútil que desconfieis do
que eu digo, e fiqueis cegos diante da verdade, que Ele vos disse. É inútil que
Satanás tente armar ciladas contra a minha fé. Para redimir o mundo falta ainda
a tortura a ser dada ao meu coração por Satanás, que acabará sendo vencido. Eu
estou passando agora por ela, e a ofereço pelos que vierem depois de mim.
Adeus, meu Filho! Adeus... Santo... Bom... Amantíssimo! Amável... Beleza...
Alegria.... Fonte de Salvação... Adeus... Aos teus olhos... Aos teus lábios...
aos teus cabelos dourados... aos teus membros gelados... Ao teu coração
traspassado... recebe o meu beijo... o meu beijo... Adeus... Adeus... Senhor!
Tem piedade de mim!" (p. 136-146)
______________________________
Décimo Quinto Mistério:
Eterno Pai, Eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue,
a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação
dos nossos pecados e dos do mundo inteiro. (1x)
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro. (10x)
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de
Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós. (1x)
______________________________
[Conclusão do Rosário da Divina
Misericórdia]
Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende
piedade de nós e do mundo inteiro. (3x)
Misericórdia Divina, fonte de milagres e
prodígios, eu confio em Vós. (3x)
______________________________________________
† A Ressurreição
Mt 28,1-15; Mc 16,1-8;
Lc 24,1-12; Jo 20,1-10
[...] Ele se
mostra esplêndido em sua veste de uma substância imaterial, sobrenaturalmente
belo e majestoso [...]. Está tão diferente de tudo o que nossa mente possa
esperar ver. Ele está tão bem arrumado, que nele não se vêem feridas nem
sangue, mas somente uma luz fulgurante, que sai a jorros das cinco chagas e
emana de todos os poros de sua epiderme.
[...] então,
realmente é a Luz que tomou um corpo.
Não é a pobre
luz desta Terra, não é a pobre luz dos astros, não é a pobre luz do Sol. Mas é
a Luz de Deus: todo o fulgor do Paraíso, que se reúne em um só Ser [...].
Quando Ele se
move de um lugar para outro, indo no rumo da saída, e os olhos podem ver para
lá dos seus fulgores, eis que umas luminosidades belíssimas, mas parecidas a
estrelas, sem comparação com o sol, aparecem-me uma de lá e outra de cá,
prostradas em adoração ao seu Deus, que vai passando envolvido em sua luz
[...].
[...]
[Jesus
Ressuscitado aparece à Mãe]
Maria agora está prostrada com o rosto
por terra. [...]
A janela
fechada se abre, com um barulhento abalo dos pesados batentes, e, com o raio do
sol, entra Jesus.
Maria [...]
levantou a cabeça [...] e vê seu Filho irradiando luz: Ele está belo,
infinitamente mais belo do que antes de ter padecido, sorridente, vivo,
luminoso mais do que o sol, vestido de um branco que parece uma luz tecida, e
que vem andando para o lado dela.
Ela se põe de
joelhos e ajuntando as mãos cruzadas sobre o peito, diz com um soluço, que é de
sorriso, e pranto: "Senhor, meu Deus!" E fica assim
arrebatada, ao contemplá-lo com o rosto banhado em lágrimas, mas que ficou
sereno, acalmado em seu sorriso e pelo êxtase.
Mas Ele não
quer vê-la assim, sendo Ela a sua Mãe, de joelhos, como uma serva. Por isso, a
chama, estendendo-lhe as mãos, de cujas feridas saem raios que fazem ficar mais
luminosa a sua Carne gloriosa, e lhe diz: "Minha Mãe" mas já não é
mais a palavra aflita dos colóquios e das despedidas de antes da Paixão, nem
são como aquela lamentação dilacerante do encontro sobre o Calvário e a da
agonia. Mas um grito de triunfo, de libertação, de festa, de amor, de gratidão.
E Ele se inclina sobre sua Mãe, e lhe põe as mãos por baixo dos cotovelos
dobrados, e a põe de pé, aperta-a sobre o coração, e a beija.
[...]
"Tudo está
acabado, minha Mãe. Agora não tens mais que chorar por teu Filho. A prova
terminou. A Redenção chegou. Minha Mãe, obrigado por me teres concebido,
criado, ajudado na vida e na morte. Eu ouvi quando chegaram a Mim as tuas
orações. Elas foram a minha força na dor, as minhas companheiras na minha
viagem sobre a Terra e para lá da Terra. Elas me acompanharam na Cruz e no
Limbo. Elas eram o incenso que ia à frente do Pontífice, que ia chamar os seus
servos para levá-los ao Templo que não morre: ao meu Céu. [...]”
[...]
Agora Eu vou
para o Pai com a minha veste humana. O Paraíso precisa ver o Vencedor em sua
veste de Homem, com a qual Ele venceu o Pecado do Homem. Mas depois, Eu
voltarei ainda. Eu devo confirmar na Fé os que não crêem ainda e que precisam
crer para levarem os outros a crer. [...]
Depois Eu
subirei ao Céu. Mas Eu não te deixarei sozinha, Minha Mãe. Estás vendo aquele
véu? Eu, no meu aniquilamento, usei ainda do poder de fazer um milagre para Ti,
a fim de dar-te algum conforto. Mas para Ti Eu vou fazer um outro milagre. Tu
me terás no Sacramento, tão real, como quando Tu me levavas contigo. Nunca
estarás sozinha. Nestes dias passados, Tu ainda estiveste. Mas, para minha
Redenção, era necessária também esta dor. Muitas coisas andam continuamente
juntas com a Redenção, porque muitas coisas de pecado serão continuamente
criadas. Eu chamarei todos os meus servos para esta co-participação redentora.
Tu és aquela que, sozinha, farás mais do que todos os santos juntos. Por
isso é que era necessário também esse longo abandono.
Mas agora não o
é mais. Eu não estou separado do Pai. Tu não estarás, separada do Filho. E,
tendo o Filho, tens a nossa Trindade. Como um Céu vivo, Tu levarás por sobre
a Terra a Trindade entre os homens, e santificarás a Igreja, Tu, a Rainha do
Sacerdócio, e Mãe dos Cristãos. Depois Eu virei para levar-te. E não
serei mais Eu em Ti, mas Tu em Mim, no meu Reino, a fim de tornar mais belo o
Paraíso. Agora Eu me vou, minha Mãe. Vou para fazer feliz a outra Maria
[Madalena]. Depois subirei ao Pai. E de lá Eu virei aos que não crêem.
Minha Mãe.
Dá-me o teu beijo como benção. E que a minha Paz seja a tua companheira.
Adeus.”
E Jesus
desaparece no sol, cujos raios descem a jorro do céu, nesta manhã serena. (p.
217-223)
______________________________________________
[1]
Mais detalhes no tópico: “Sobre Maria Valtorta”.
[2] VALTORTA, Maria. O Evangelho como me
foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002,
v. 10 (no presente trabalho, as páginas do referido volume, correspondentes aos
trechos transcritos, estão indicadas no texto).
[3]
Redação original: “[...] procura somente confortá-los [...]”
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