quarta-feira, 30 de março de 2011

O Segundo Mandamento – Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (Ex 20,7)



Este tópico é uma continuação da temática sobre os Mandamentos da Lei de Deus, que iniciamos neste tempo da Quaresma.
Para uma visão geral sobre os Mandamentos diante do Evangelho, recomendamos a leitura do tópico concernente ao Primeiro Mandamento, já postado neste blog.
Ressaltamos que o objetivo desses textos não é elaborar nenhum tratado teológico sobre o tema – até porque não temos fundamento teórico para tanto – mas principalmente reproduzir os ensinamentos de Jesus revelados a grandes místicos da Igreja, como a Maria Valtorta (ver tópico específico), às vezes contextualizados, de forma leve, com base no Catecismo ou em outros documentos da Igreja.
Passemos, pois, ao Segundo Mandamento da Lei: Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão.
Sobre o Segundo Mandamento, iniciamos reproduzindo alguns trechos extraídos das revelações feitas a Maria Valtorta:

     Foi dito: ‘Não proferir em vão o meu nome’
     Quando é que se profere em vão esse nome? Só quando se blasfema? Não. Também quando o proferimos, sem nos tornarmos dignos de Deus. Poderá um filho dizer: ‘Eu amo a meu pai e o honro’, se depois, em tudo aquilo que o pai deseja dele, ele faz sempre o contrário? Não é dizendo: ‘pai, pai’, que se ama o progenitor. Não é dizendo: ‘Deus, Deus’, que se ama o Senhor.
    Em Israel, onde, como anteontem Eu expliquei, há tantos ídolos no segredo dos corações, existe também um louvor hipócrita a Deus, louvor ao qual não correspondem as obras dos louvadores. Em Israel há também uma tendência: que é a de achar tantos pecados nas coisas exteriores, e não querer encontrá-los no lugar em que realmente eles estão, que é nas coisas interiores. [...]
     [...]
     Não. Em verdade Eu vos digo que a perfeição do sacrilégio está naquele israelita que, com a alma impura, pronuncia em vão o nome de Deus. Esse nome é pronunciado em vão, quando, e vós não sois tolos, quando pelo estado de vossa alma, sabeis que o estais pronunciando inutilmente. Oh! Eu estou vendo o rosto indignado de Deus, que se vira, desgostoso, para o outro lado, quando um hipócrita o chama, quando um impenitente o nomina! E fico horrorizado, até Eu que não mereço aquela ira divina.
     Leio em mais de um coração este pensamento: ‘Mas então, com exceção dos pequeninos, ninguém poderá chamar o nome de Deus, porque tudo no homem é impureza e pecado’. Não. Não digais assim. É pelos pecadores que aquele nome há de ser invocado. É por aqueles que se sentem estrangulados por Satanás e que querem livrar-se do pecado e do Sedutor. Eles querem. Eis o que transforma o sacrilégio em um rito. Querer ficar curado. Chamar o Poderoso para ser perdoados e para ser curados. Invocá-lo, para por em fuga o Sedutor.
     [...] Se Eva tivesse invoca a Deus, Satanás teria fugido. Tende sempre no coração este pensamento. E, com sinceridade, invocai o Senhor. Aquele nome é salvação.
    Muitos de vós querem descer para se purificarem. Mas purificai o vosso coração, incessantemente, escrevendo sobre ele a palavra: Deus. Nada de orações mentirosas. Nada de práticas habituais. Mas com o coração, com o pensamento, com os atos, com todo o vosso próprio ser, dizei aquele Nome: Deus. Dizei-o para não ficardes sozinhos. Dizei-o para serdes perdoados.
     Compreendei o significado da palavra do Deus do Sinai. “Em vão” quer dizer a pronunciação da palavra “Deus”, mas sem mudança para o bem. E, nesse caso, é pecado. Mas ela não é “em vão” quando como a pulsação do sangue no coração, cada minuto do vosso dia, cada vossa ação honesta, cada necessidade, tentação, dor, traz de novo aos vossos lábios a filial palavra de amor: “Vem, meu Deus!”. Então, em verdade não cometeis pecado, ao proferirdes o Nome santo de Deus. (grifei) 
Fonte: Valtorta, Maria. O Evangelho como me foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002. v. 2. p. 269-271.
Lindo, não?
Finalmente, o Segundo Mandamento é objeto do Artigo 2º da Terceira Parte do Catecismo da Igreja Católica (parágrafos 2142 a 2167), onde, a título de resumo, estão postos os seguintes preceitos sobre o tema (Obs.: Há um link para o Catecismo neste blog):

2160 "Senhor, nosso Deus, quão poderoso é teu nome em toda terra" (Sl 8,11).
2161 O segundo mandamento prescreve respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é santo.
2162 O segundo mandamento proíbe todo uso inconveniente do nome de Deus. A blasfêmia consiste em usar o nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos de maneira injuriosa.
2163 O juramento falso invoca Deus como testemunha de uma mentira. O perjúrio é uma falta grave contra o Senhor, sempre fiel às suas promessas.
2164 "Não jurar nem pelo Criador, nem pela criatura, se não for com verdade, necessidade e reverência."
2165 No Batismo, o cristão recebe seu nome na Igreja. Os pais, os padrinhos e o pároco cuidarão para que lhe seja dado um nome cristão. O patrocínio de um santo oferece um modelo de caridade e um intercessor seguro.
2166 O cristão começa suas orações e suas ações pelo sinal-da-cruz, "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém"
2167 Deus chama cada um por seu nome.

Fiquem com Deus!
Francisco José
a

2 comentários:

  1. Eu não entendi muito,quando se fala "meu Deus" em outros assuntos como por exemplo assistindo uma novela seria pecado?

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  2. Prezado Leandro, o link abaixo trata de esclarecedor ensinamento do professor Felipe Aquino sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=E6RjIT0WEPg
    Devemos cuidar para sempre tratar de tudo relacionado a Deus com o maior respeito, a maior reverência. Isso é processo... um aprendizado.
    "A busca pela santidade é longa, e dura toda a vida" (São Pe. Pio)
    Que Deus o abençoe!

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