sábado, 26 de março de 2011

A anunciação do Senhor e a Imaculada Conceição de Maria


Ontem a Igreja festejou a Anunciação do Senhor, que ocorre no meio da Quaresma, exatamente 9 meses antes do Natal.
Diante do tema, passo diretamente à reprodução de alguns trechos da obra de Maria Valtorta acerca do profundo significado do anúncio do Anjo Gabriel e da Imaculada Conceição de Maria, “Alma criada para ser a alma da Mãe de Deus!”, “[...] única entre as criaturas”, “[...] na qual se reúne toda virtude e graça”.
As transcrições que seguem são das palavras de Jesus. Recomendamos a leitura com calma e meditação.

            Tendo chegado o tempo da Graça, Deus preparou para si a sua Virgem. Vós bem podeis compreender como Deus não podia morar onde Satanás tinha deixado impresso um sinal indelével. Por isso, o Poder operou para fazer o seu futuro Tabernáculo sem mácula. E de dois justos, já em sua velhice e contra as regras comuns da procriação foi concebida Aquela na qual não há mácula nenhuma.
            [...]
      [...] E o mundo, desde aquele momento, teve a Adoradora; e Deus, desde aquele momento, pôde olhar para um ponto da terra, sem sentir desgosto ao fazê-lo. E nasceu uma pequena criatura: a Amada de Deus e dos anjos, a Consagrada a Deus, a santamente Amada pelos parentes.
      [...]
            Minha Mãe foi a Menina do Templo, dos três aos quinze anos e apressou a vinda do Cristo com a força do seu amor. Virgem antes de sua concepção, virgem na escuridão de um ventre, virgem em seus vagidos, virgem em seus primeiros passos, a Virgem foi de Deus, só de Deus, e proclamou o seu direito, superior ao decreto da Lei de Israel, obtendo do esposo, que lhe foi dado por Deus, poder permanecer inviolada, depois das núpcias.
            (Valtorta, v.2, p. 370-371)

            A Mente suprema, que nada ignora, antes ainda que o homem existisse, sabia que o homem, por si mesmo, teria sido um ladrão e um homicida. E, já que a Bondade eterna não tem limites, antes que acontecesse a Culpa, pensou no meio para anulá-la. E o meio seria: Eu. E o instrumento para fazer do meio um instrumento operante seria: Maria. Assim é que a virgem foi criada no Pensamento sublime de Deus.
            [...]
            Mas Eu devia ser Carne, além de ser Espírito. Carne, para salvar a carne. Carne para sublimar a carne, levando-a para o Céu, muitos séculos antes da hora. Porque a carne, habitada pelo espírito, a obra-prima de Deus, e por ela, o Céu fora feito. Para ser Carne, eu tinha necessidade de uma mãe. Para ser Deus, eu tinha necessidade de que meu Pai fosse Deus.
[...]
      Ao homem e à mulher, depravados por satanás, Deus quis opor o Homem nascido de mulher tão purificada por Deus, a ponto de poder gerá-Lo sem relação com homem. Flor que gera flor, sem necessidade de semente, mas apenas com o beijo do Sol sobre o cálice inviolado do Lírio que é Maria.
(Valtorta, v.1, p. 36 e 38)

            A Sabedoria, depois de tê-los iluminado com os sonhos da noite [a São Joaquim e a Sta. Ana], desceu àquela que é "vapor da virtude de Deus, certa emanação da glória do Onipotente", e tornou-se Palavra para a estéril. [...]
      [...] E esta Palavra opera o milagre de tornar fecundo o que era infecundo. Dar-Me uma mãe, que não teve apenas ótima proveniência, como era seu destino, nascida de dois santos; não teve somente um aumento contínuo da bondade pelo seu bem querer, não teve somente um corpo imaculado, teve também o espírito imaculado, sendo única entre as criaturas.
      Tu vistes a geração contínua das almas de Deus. Agora imagines qual deva ser a beleza desta alma que o Pai almejou antes que o tempo existisse, desta alma que constituía as delícias da Trindade, que ardia por enfeitá-la com as suas dádivas para lhe fazer um dom a Si mesma. Ó toda santa, que Deus criou para Si e depois para refúgio dos homens! Portadora do Salvador, tu fostes a primeira salvação. Paraíso Vivente, com teu sorriso, começastes a santificar a terra.
      A alma criada para ser a alma da Mãe de Deus! Quando, de uma mais viva palpitação do Trino Amor, brotou esta centelha vital, jubilaram os anjos, porque o Paraíso nunca viu luz mais viva. Como pétala de uma empírea rosa, uma pétala imaterial e preciosa que era jóia e chama, que era o hálito de Deus que descia para animar uma carne diferentemente das outras, que descia com fogo tão potente que a Culpa não pode contaminá-la, atravessando os espaços e encerrando-se num seio santo.
      Ainda sem saber, a terra já tinha a sua flor. A verdadeira, única flor que floresce eternamente: lírio e rosa, violeta e jasmim, girassol e ciclame fundidos juntos, e com essas todas as flores da terra numa única flor, Maria, na qual se reúne toda virtude e graça.
      Em abril, a terra da Palestina parecia um enorme jardim: as fragrâncias e as cores davam delícia ao coração dos homens. Mas a rosa mais bonita ainda era desconhecida. Ela já era florescente a Deus no segredo do ventre materno, já que minha mãe amou desde que foi concebida, mas só quando a videira dá o seu sangue para vinho, e o perfume dos mostos, açucarado e forte, enche as eiras e as narinas, ela iria sorrir primeiro a Deus e depois ao mundo, dizendo com o seu sorriso super inocente: "Eis que a Videira, que vos dará o Cacho espremido na prensa,como Remédio eterno contra o vosso mal, está entre vós".
      Eu disse: "Maria amou desde que foi concebida". O que dá ao espírito luz e conhecimento? A Graça. O que leva a Graça? O pecado de origem e o pecado mortal. Maria, aquela sem mácula, nunca foi despojada da lembrança de Deus, da sua proximidade, do seu amor, da sua luz, da sua sabedoria. [...]
      Depois, faço-te contemplar mentalmente a profundidade da virgindade de Maria. Terás uma vertigem celeste, como quando te fiz entender a nossa eternidade. Por enquanto, considera apenas como o trazer no ventre [de Sta. Ana] uma criatura isenta da mácula da ausência de Deus, dá à mãe uma inteligência superior e a transforma em um profeta, mesmo tendo esta mãe concebido natural e humanamente. O profeta da sua filha, que a chama: "Filha de Deus". Imagina o que seria se pais inocentes concebessem filhos inocentes, assim como Deus gostaria.
      Ó homens, que vos dizeis semelhantes ao "super-homem", mas com os vossos vícios vos assemelhais unicamente ao "super-demônio", neste exemplo teríeis encontrado o meio de chegardes ao "super-homem". Saber permanecer sem a contaminação de satanás para deixar a Deus a administração da vida, do conhecimento, do bem, não desejando mais do que isto, que é pouco menos que o infinito. Deus vos teria dado poder de gerar em uma contínua evolução até a perfeição, filhos que fossem homens no corpo e filhos da Inteligência no espírito, ou seja triunfadores, fortes, gigantes contra satanás, que seria derrubado muitos milhares de séculos antes da hora em que o será, junto a todo o seu mal.
            (Valtorta, v.1, p. 24-26)

Referência completa da obra de Maria Valtorta:
VALTORTA, Maria. O Evangelho como me foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002, 10 volumes

            Fiquem com Deus,

             Francisco José          

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