quinta-feira, 31 de março de 2011

O Terceiro Mandamento – Guardar Domingos e Festas

O Terceiro Mandamento – Guardar Domingos e Festas

Este tópico é uma continuação da temática sobre os Mandamentos da Lei de Deus, que iniciamos neste tempo da Quaresma.
Para uma visão geral sobre os Mandamentos diante do Evangelho, recomendamos, mais uma vez, a leitura do tópico concernente ao Primeiro Mandamento, já postado neste blog.
Sobre o Terceiro Mandamento da Lei de Deus – Guardar Domingos e Festas – vejamos, inicialmente, alguns trechos das revelações feitas por Jesus a Maria Valtorta (há um tópico específico sobre esta mística neste blog):
           
      “[...] O sábado é do Senhor. Só uma coisa podemos fazer aos sábados: praticar a bondade para com o próximo. Mas o lucro deve ser absolutamente excluído dessa ajuda. Quem por causa do lucro viola o sábado, não pode ter senão o castigo de Deus. Faz uma coisa de utilidade? Vai ter que descontar a com as perdas nos outros seis dias. Faz uma coisa sem utilidade? Então, em vão cansou o seu corpo, não lhe concedendo o descanso que a Inteligência estabeleceu para ele, deixando alterar-se pela ira o seu espírito por ter-se  fatiado inutilmente, chegando até a praguejar. Enquanto que o dia de Deus há de ser passado com o coração unido a Deus, em doce oração de amor. É preciso ser fiel em tudo.” (Valtorta, Maria. O Evangelho como me foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002. v. 1. p. 319)
      [...]
      Foi dito: “Trabalha em um trabalho honesto e o sétimo dia tu dedicarás ao Senhor e ao teu espírito”. Isto está dito no mandamento sobre o repouso sabático.
      O homem não é mais do que Deus. No entanto, Deus fez em seis dias a sua criação e no sétimo descansou. Como é, então, que o homem não se permite não imitar o Pai e não obedece à sua ordem? É um mandamento tolo? Não. Em verdade, é uma ordem salutar, seja na da carne, naquela moral, como na do espírito.
      O corpo cansado tem necessidade do repouso, assim como a têm todos os seres criados. [...] Por que, então, o homem quer não imitar o Criador, que no sétimo dia descansou e não também aos seres inferiores que, vegetais ou animais que sejam, sem terem recebido outro mandamento, a não ser o instinto, sabem regular-se por ele e a ele obedecer?
      É uma ordem moral, além de física. [...]
      É uma ordem espiritual. Santo é o trabalho. Mais santo o amor. Santíssimo Deus. É preciso, então, recordarmo-nos de dar ao menos um dos sete dias ao nosso bom e santo Pai, que nos deu a vida e no-la mantém. Por que haveremos de dar-lhe um tratamento menos do que o que se deve a um pai, aos filhos, aos irmãos, à esposa, e até ao nosso próprio corpo? Que o dia do Senhor seja Dele! Oh! Como é doce estar abrigado, depois do trabalho do dia, pela tarde, na casa cheia de afetos! Como é doce reencontrá-la, depois de uma longa viagem! E por que não ir abrigar-se, depois de seis dias de trabalho, na casa do Pai?  Por que não ser como o filho, que volta de uma viagem que durou seis dias e diz: "Eis-me aqui para passar o meu dia de descanso contigo"?.
      Mas agora escutai, Eu disse: "Trabalha em um honesto trabalho". Vós sabeis que a nossa Lei ordena o amor ao próximo. A honesti­dade do trabalho faz parte do amor ao próximo. Quem é honesto em seu trabalho não rouba em seus negócios, não defrauda no pagamen­to ao operário, não se aproveita dele de maneira culpável, lembra-se de que o servo e o operário são uma carne e uma alma semelhantes a ele e não os trata como uns pedaços de pedra sem vida, que é licito despedaçar e percutir com o pé e com o ferro. Quem não faz assim, não ama ao próximo e peca por isso aos olhos de Deus. Maldito é o seu ganho, mesmo quando dele tira uma oferta para o Templo.
      [...]
      Deus quer obras vivas, não simulacros de obras. É simulacro o falso obséquio à sua Lei. É simulacro a santificação mentirosa do sábado, ou seja, o repouso para mostrar aos olhos dos homens, obediência ao mandamento, mas usando depois aquelas horas de ócio no vício, na luxúria, na crápula, na cogitação sobre como explorar e prejudicar o próximo na semana que vem. É simulacro a santificação do sábado, ou seja, o repouso material que não se une ao trabalho íntimo, espiritual, santificante por um reto exame de si, um humilde reconhecimento da própria miséria, um sério propósito de fazer melhor na próxima semana. (Valtorta, ob. cit., v. 2, p. 297-298) (grifei)

Com a ressurreição de Cristo “no primeiro dia da semana” (Mc 16,2), o Domingo se tornou o primeiro dia para os cristãos, “[...] a primeira de todas as festas, o dia do Senhor [...](Catecismo, § 2174). Substituiu, pois, o sábado, celebrado na tradição antiga pelo povo judeu:

      O domingo se distingue expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, a cada semana, e cuja prescrição espiritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do sábado judeu e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. [...]
Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança não mais observando o sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida é abençoada por Ele e por sua morte. (Catecismo, § 2175)

O Terceiro Mandamento é objeto do Artigo 3º da Terceira Parte do Catecismo da Igreja Católica (parágrafos 2168 a 2195). Reproduzimos, abaixo, alguns trechos selecionados:

      A celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja. "O domingo, dia em que por tradição apostólica se celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como dia de festa de preceito por excelência."
"Devem ser guardados igualmente o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de Santa Maria, Mãe de Deus, de sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e, por fim, de Todos os Santos. (Catecismo, § 2177)
      [...]
      A Eucaristia do domingo fundamenta e sanciona toda a prática cristã. Por isso os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo próprio pastor [a59]. Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado grave. (Catecismo, § 2181)
      [...]
      "Por falta de ministro sagrado ou por outra causa grave, se a participação na celebração eucarística se tornar impossível, recomenda-se vivamente que os fiéis participem da liturgia da Palavra, se houver, na igreja paroquial ou em outro lugar sagrado, celebrada segundo as prescrições do Bispo diocesano, ou então se dediquem à oração durante um tempo conveniente, a sós ou em família, ou em grupos de famílias, de acordo com a oportunidade." (Catecismo, § 2183)
      [...]
      Durante o domingo e os outros dias de festa de preceito, os fiéis se absterão de se entregar aos trabalhos ou atividades que impedem o culto devido a Deus, a alegria própria ao dia do Senhor, a prática das obras de misericórdia e o descanso conveniente do espírito e do corpo[a65]. [...] O domingo é tradicionalmente consagrado pela piedade cristã às boas obras e aos humildes serviços de que carecem os doentes, os enfermos, os idosos (Catecismo, §§ 2185 e 2186)

Fiquem com Deus!
Francisco José

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