Continuando
com os ensinamentos de Jesus ressuscitado a seus apóstolos, hoje reproduzo
trecho da obra de Maria Valtorta onde Ele fala sobre os tempos do fim: a
crise na Igreja, a apostasia do “[...] tempo
em que será ensinado o Evangelho cientificamente bem mas espiritualmente mal”, as perseguições, a
necessidade de bons sacerdotes e a crise futura no sacerdócio, quando muitos se
esquecerão do lado espiritual, deixando que se afogue o Espírito do Evangelho
sob avalanches de ciência humana.
Para os
fiéis Jesus alerta que a sorte deles será semelhante à sua: a perseguição. Mas
a estes será reservada a justa recompensa.
Destaque-se
no texto abaixo os conselhos de Jesus para os sacerdotes do futuro, que deverão
ter como bússola o Evangelho, alicerçando-se na Eucaristia, e deixando-se
conduzir pelo Espírito Santo, “o amor de Deus”.
"Eu vou voltar para o meu Pai, mas não vos deixo
sozinhos, porque vos deixo a Eucaristia, e isto é o vosso Jesus feito alimento
dos homens. Mas Eu vos deixo o vosso Amigo: o Paráclito. Ele vos conduzirá.
Passo as vossas almas da minha luz para a Luz dele, e ele completará a vossa
formação."
Fiquem
com Deus,
Francisco
José
________________________________
Afinal,
considerai que contra vós o mundo conspira, a idade, as doenças, o tempo, as
perseguições. Não queirais para isso ser avaros, pelo que vós conseguistes ter,
nem imprudentes. Transmiti, por isso, em meu Nome, o Sacerdócio aos melhores
entre os discípulos, para que a Terra não fique sem sacerdotes. E que seja o
caráter sagrado concedido depois de um bom exame, não verbal, mas das ações
daquele que pede para ser sacerdote, ou daquele que vós julgais bom para sê-lo.
Pensai no
que é o sacerdote. No bem que ele pode fazer. No mal que ele pode fazer. Vós já tereis visto o que pode fazer um sacerdote decaído
do seu caráter sagrado. Em verdade, Eu vos digo que pelas culpas do Templo,
esta nação será dispersa. Mas também em verdade Eu vos digo que igualmente
será destruída a Terra, quando a desolação penetrar no novo Sacerdócio,
conduzindo os homens para a apostasia, a fim de abraçarem as doutrinas do
Inferno. E será então que surgirá o filho de Satanás, e os povos gemerão,
em um tremendo espanto, e poucos ficarão fiéis ao Senhor, e, então, também no
meio de convulsões, de horror, virá o fim, depois da vitória de Deus e dos seus
poucos eleitos, e a ira de Deus sobre todos os malditos. Ai, três vezes ai, se,
para confortar os últimos cristãos, não houver verdadeiros sacerdotes, como
haverá para os primeiros.
Em
verdade, a última perseguição será horrenda, não sendo uma perseguição feita
por homens, mas pelo filho de Satanás e seus sequazes. Sacerdotes? Mais
do que sacerdotes deverão ser aqueles da última hora, de tão feroz que vai ser
a perseguição pelas hordas do Anticristo. Semelhantes ao homem vestido de
linho que é muito, que é muito santo por estar ao lado do Senhor na visão de
Ezequiel, incansavelmente, marcará com sua perfeição um Tau sobre os espíritos
dos poucos fiéis, para que as chamas do Inferno não cancelem aquele sinal. Sacerdotes?
Não, Anjos. Anjos agitando o turíbulo cheio dos incensos de suas virtudes, a
fim de purificar o ar dos miasmas de Satanás. Anjos? Mais do que Anjos. Eles
são outros Cristos, outros Eu, para que os fiéis dos últimos tempos possam
perseverar até o fim. Isto é o que deverão ser.
Mas o bem
e o mal futuros já estão com suas raízes no presente. As avalanches terão o seu
começo em um floco de neve. Um sacerdote indigno, impuro, herege, infiel,
incrédulo, tíbio ou frio, extinto, insípido-luxurioso faz um mal dez vezes maior
do que faz um fiel culpado dos mesmos pecados, e arrasta muitos outros ao
pecado. O relaxamento no sacerdócio, o acolhimento dado a impuras
doutrinas, ao egoísmo, à avidez, à concupiscência junto com o sacerdócio, vós
sabeis onde tudo isso desemboca: no deicídio. Agora, e nos séculos futuros,
não poderá mais ser morto o Filho de Deus, mas, sim, a fé em Deus, a idéia de
Deus, sim. Por isso será executado, ainda mais irreparável. Oh! Poder-se-á
cumprir pelos Judas de Keriot porque é sem ressurreição demais, que, haverá nos
séculos futuros. Que horror!
A minha
Igreja, tirada dos gonzos pelos seus próprios ministros! E sou Eu que a sustento, com a ajuda das vítimas. E eles, os
sacerdotes, que terão somente a veste, mas não a alma do sacerdote, que ajudam
o ferver das ondas agitadas pela Serpente infernal contra a tua Barca, ó Pedro.
Põe-te de pé! Levanta-te! Transmite esta ordem aos teus sucessores:
"Mão no leme, açoite nos náufragos que quiseram naufragar, e que tentam
fazer naufragar a Barca de Deus. Castiga, mas salva, e vai para a frente.
Sê severo, porque para com os salteadores ó justo o castigo. Defende o tesouro
da fé. Conserva no alto a luz, como um, farol sobre as ondas agitadas, para que
aqueles que acompanham a tua barca vejam, e não pereçam. Como pastor e
navegante para os tempos tremendos, recolhe, guia, levanta o meu Evangelho,
porque nele, e não em qualquer outra ciência é que está a Salvação.
Tempos
virão nos quais, assim como acontece a nós de Israel, e ainda em maior
profundidade, o Sacerdócio crerá ser uma classe eleita, porque sabe o que é
supérfluo e não conhece o que é indispensável, ou o conhece na forma morta,
como agora os Sacerdotes conhecem a Lei; nas vestes de casa exageradamente
carregadas de franjas, mas não em seu espírito. Tempos virão nos quais todos os
livros cederão seu lugar ao Livro, e este só era usado como quando alguém
forçosamente tem que usar um objeto, e, então, o manuseia mecanicamente,
assim como um lavrador que ara, semeia e faz a colheita, sem pensar na
maravilhosa providência, que é aquele multiplicar-se de sementes, que cada ano
se renova; cada uma foi jogada na terra arada, e se transformará em caule,
espiga e depois em farinha, em pão, tudo pelo paterno amor que Deus. Quem é
que, pondo na boca um pedaço de pão, levanta seu espírito para Aquele que criou
a primeira semente, e há séculos que a vem fazendo renascer e crescer,
regulando as chuvas e o calor, para que ela apareça, se erga, fique madura sem
murchar nem queimar-se? Assim chegou o tempo em que será ensinado o
Evangelho cientificamente bem mas espiritualmente mal.
Agora que
é tempo da ciência, vai faltar a sabedoria. A palha existe. A palha incha, mas não nutre. E em
verdade Eu vos digo que um tempo virá em que muitos demais entre os sacerdotes
que serão parecidos com uns palheiros inchados, que estarão empertigados em seu
orgulho de estarem tão inchados, como se por si próprios tivessem produzido
aquelas espigas, e crerão que eles são tudo, porque, em vez de um punhado de
grãos, a verdadeira nutrição que é o Evangelho, ficarão com toda aquela palha.
E ela é um montão. Um montão! Mas será que somente palha bastará? Nem mesmo
para o ventre do jumento ela basta, e, se o dono dele não ajudar o animal com
rações e ervas frescas, o jumento, alimentado só com aquelas palhas vai
definhando até morrer.
No
entanto, Eu vos digo que chegará um tempo no qual os Sacerdotes, esquecidos de
que, com poucas espigas, Eu instruí os Espíritos na Verdade, e esquecidos
também do que custou ao Senhor deles aquele verdadeiro pão do espírito,
provindo todo e somente da Sabedoria Divina, ou seja, da Divina Palavra, todo
cheio de dignidade em sua forma doutrinária, incansável em sua repetição, para
que não se afastassem das verdades ensinadas, humilde em sua forma, sem
ouropéis de ciências humanas, sem complementações históricas e geográficas, não
se preocuparão com o lado espiritual dele, mas sim, com a veste que deverão
lançar sobre ele, a fim de mostrar às multidões quantas coisas eles sabem, e
assim o espírito do Evangelho se extraviará neles, sob avalanches de ciência
humana. E, se eles não o possuem, como é que poderão transmiti-lo? Que
darão aos fiéis esses palheiros inchados? Darão palhas. E, que nutrição
receberão os espíritos dos fiéis? O tanto que baste para arrastarem uma vida
doentia. Que fruto para eles amadurecerá com esses ensinamentos e com o
conhecimento deles do Evangelho? Um resfriamento dos corações, uma substituição
por doutrinas heréticas, por doutrinas e idéias ainda mais do que heréticas, em
lugar da única e verdadeira doutrina, e isso é uma preparação do terreno para a
Besta, para o seu reino fugaz de gelo, de trevas e de horror.
Em
verdade, Eu vos digo que assim como o Pai e Criador multiplica as estrelas, a
fim de que não fique despovoado delas o Céu para elas que no fim de suas vidas
perecem, assim igualmente Eu deverei evangelizar, cem e mil vezes discípulos
que Eu espalharei entre os homens e entre os séculos. E também, em verdade eu
vos digo que a sorte desses será semelhante à minha: a sinagoga e os soberbos
os perseguirão, como Me perseguiram. Mas, tanto Eu como eles, teremos a nossa
recompensa: a de fazer a vontade de Deus e poder servi-lo até à morte de cruz a
fim de que sua glória resplenda e o seu conhecimento não pereça.
Mas tu,
Pontífice, e vós, Pastores, em vós e em nossos sucessores, velai para que não
se perca o espírito do Evangelho, e, incansavelmente, pregai sobre o Espírito
Santo, para que em vós se renove um contínuo Pentecostes - vós ainda não sabeis
o que eu quero dizer, mas logo o sabereis - para que possais compreender todos
os idiomas, discernir e separar as minhas palavras das do Macaco de Deus:
Satanás. E não deixei cair no vazio as minhas palavras futuras. Cada uma delas é uma misericórdia minha em vosso
auxílio, e serão tanto mais numerosas, quanto mais, por razões divinas, Eu vir
que o Cristianismo tem necessidade delas, para superar as borrascas dos tempos.
Pastor e
navegante, ó Pedro. Não te bastará que sejas pastor, se não fores navegante,
nem seres navegante, se não fores pastor. Isto e aquilo deverás ser para
teres juntos os cordeiros, que os tentáculos infernais e as garras ferozes
procurarão arrebatar-te, ou as músicas mentirosas, cheias de promessas
impossíveis te seduzirão, e, para levar para a frente a barca, sacudida por
todos os ventos do Norte e do Sul, do Oriente e do Ocidente, esbofeteada e
sacudida pelas forças das profundezas, atingida pelos arqueiros da Besta,
esfolada pelo hálito do dragão, e varrida em suas beiras pela cauda dele, de
tal modo que os imprudentes serão queimados e perecerão, precipitando-se na
onda tempestuosa.
Pastor e
navegante em tempos tremendos. E que tua bússola seja o Evangelho.
Nele está a vida e a Saúde. E nisso está tudo dito. Cada artigo do Código
Santo, cada resposta para os casos, bem diferentes das almas estão nele. E faze
que dele não se afastem os Sacerdotes e os fiéis. Faze que não apareçam dúvidas
sobre ele. Nem haja alterações nele, nem substituições nem sofisticações.
O
Evangelho sou Eu mesmo. Desde o Nascimento até à Morte. No Evangelho está Deus.
Porque nele estão manifestas as obras do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. O Evangelho é amor. Eu disse: "A minha é Vida."
Eu disse: "Deus é caridade." Portanto, os povos conheçam a minha
Palavra, e tenham amor a ela, isto é, a Deus, para terem o Reino de Deus.
Porque quem não está em Deus não tem em si a Vida. Visto que aqueles que não
acolherem a palavra do Pai não poderão formar uma só coisa com o Pai, comigo e
o Espírito Santo no Céu, e não poderão ser do único Ovil que é Santo, tanto
como Eu quero. Não serão ramos unidos à Videira, porque quem rejeita
totalmente ou em parte a minha Palavra, e um membro não corre mais a linfa da
videira. A minha Palavra é o suco que nutre, que faz crescer e carregar-se de
frutos.
Tudo isso
fareis em memória de Mim, que vo-lo ensinei. Muito ainda Eu terei para
dizer-vos sobre tudo o que Eu vos disse agora. Mas Eu somente joguei a semente.
O Espírito Santo a fará germinar. Eu quis dar-vos a semente porque Eu
conheço os vossos corações, e sei como ficaríeis na dúvida e com medo diante de
mandamentos espirituais, e não materiais, o medo de que um engano paralisaria
em vós toda vontade. Por isso, em primeiro lugar, eu vos falei de todas as
coisas. Depois o Paráclito, para que vos lembreis de todas as coisas, vo-las
amplificará em pontos particulares. E vós não temereis, porque vos
lembrareis de que a primeira semente fui Eu que vo-la dei.
Deixai-vos
conduzir pelo Espírito Santo. Se minha mão era doce, quando vos guiava, a luz
dele é dulcíssima. Ele é o amor de Deus. Por isso, Eu vou-me embora contente, porque Eu sei que Ele
tomará o meu lugar, e vos conduzirá ao conhecimento de Deus. Vós ainda não o
conheceis, por mais que Eu vos tenha falado dele. Mas a culpa não é vossa. Vós
tendes feito todo o esforço para me compreenderdes, e por isso estais
justificados. Mesmo se por três anos tiverdes entendido pouco. A falta da graça
tornava obtuso o vosso espírito. Ainda agora compreendeis pouco, mesmo que a
graça de Deus já tenha descido da minha Cruz sobre vós. Vós precisais do Fogo.
Um dia Eu falei disso a um de vós, quando íamos andando pelo caminhos da beira
do Jordão.
Agora
chegou a hora. Eu vou voltar para o meu Pai, mas não vos deixo sozinhos,
porque vos deixo a Eucaristia, e isto é o vosso Jesus feito alimento dos
homens. Mas Eu vos deixo o vosso Amigo: o Paráclito. Ele vos conduzirá. Passo
as vossas almas da minha luz para a Luz dele, e ele completará a vossa formação."
[...]
Nenhum comentário:
Postar um comentário