sexta-feira, 22 de junho de 2012

O julgamento dos justos que estão fora da Igreja


      Continuamos com os ensinamentos de Jesus ressuscitado a seus apóstolos. Hoje reproduzimos trecho onde Jesus fala do julgamento dos justos, que “não faltam em nenhuma nação e religião”.
      Também contempla advertência para o povo de Deus, alertando-o para que este cuide de não ser motivo de escandalização.  
      Fiquem com Deus,
      Francisco José
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      Os justos não faltam em nenhuma nação e religião. Deus observa as obras dos homens e as suas palavras. E, se vê que algum gentio, sendo justo de coração, faz naturalmente o que a Lei do Sinai manda, por que haveria de considerá-lo desprezível? Não é ainda mais meritório, se um homem, que não conhece os Mandamentos de Deus, que não faça isto ou aquilo porque é mal, e impõe-se a si mesmo uma ordem de não fazer o que sua razão lhe diz que não é bom, e obedeça fielmente, em comparação com o conhecimento muito relativo de quem, conhecendo a Deus e o fim do homem e a Lei que permite consegui-lo, faz contínuos compromissos e cálculos para proporcionar um mandamento perfeito e sua vontade corrompida? Isto, que é que vos parece? Será que Deus aprova as escapatórias que Israel introduziu em sua obediência, para não ter muito do que possa sacrificar para atender à sua concupiscência? Será que, quando um gentio sair deste mundo, sendo ele justo aos olhos de Deus, por ter seguido a justa Lei que sua consciência lhe impunha, será que Deus por isso o julgará um demônio? Eu vo-lo digo: Deus julgará as ações dos homens, e o Cristo, como Juiz de todas as gentes, premiará àqueles nos quais o desejo da alma teve a voz de uma íntima lei para se chegar ao último fim do homem, que é reunir-se ao seu Criador, ao Deus ignorado pelos pagãos, mas ao Deus que eles julgam ser Verdadeiro e Santo, e que está do lado de lá, além do Cenário pintado dos falsos Olimpos.
      Tomai cuidado, e estai atentos e não sirvais vós de escândalo para os gentios. Já muitas vezes o nome de Deus serviu de zombarias para os gentios por causa das obras praticadas pelos filhos do Povo de Deus. Não queirais crer que sejais os tesoureiros absolutos dos meus dons e dos meus méritos. Eu morri pelos judeus e pelos gentios. O meu Reino será de todas as gentes. Não abuseis da paciência com que Deus vos tratou até agora, dizendo-vos: "A nós tudo é permitido." Não. Eu vo-lo digo. Não há mais este ou aquele povo. O que há é o meu povo. E nele tem igual valor os vasos que se consumiram no serviço do Templo e os que agora são postos sobre as mesas de Deus. E muitos vasos se consumiram no serviço do Templo, mas não de Deus, e serão jogados a um canto. Serão colocados, por sua vez, sobre o altar, aqueles que ainda conhecem o que é incenso, o óleo, o vinho, o bálsamo, mas são desejosos de se encherem com eles e de os usarem para a glória do Senhor.
      Não exijais muito dos gentios. Basta que eles tenham a fé e obedeçam à minha palavra. Uma nova circuncisão vem substituir a antiga. O homem é circuncidado no coração, de agora em diante, e o espírito, melhor ainda que no coração, porque o sangue dos circuncidados significará a purificação da concupiscência, que excluiu Adão da filiação divina, tomando o lugar do meu sangue puríssimo. Isto é válido, tanto no circunciso, como no incircunciso no corpo, contanto que ele receba o meu Batismo, e renuncie a Satanás, ao mundo, à carne, por amor de Mim. Não desprezeis os incircuncisos. Deus não desprezou a Abraão. Pela sua justiça, o escolheu para chefe do seu povo, antes que a circuncisão tivesse mordido as carnes dele. Se Deus fez aproximar-se de Si a Abraão incircunciso, para transmitir-lhe as suas ordens, vós podereis aproximar-vos dos incircuncidados para instruí-los na Lei do Senhor. Considerai quantos pecados e a qual pecado chegaram os circuncidados. Não sejais inexoráveis por isso para com os gentios."

[Valtorta, Maria. O Evangelho como me foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002. v. 10. p. 392-394] (grifos nossos)

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