quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Providência Divina retratada na fé e na adoração dos reis Magos. A dimensão do poder intercessor de Nossa Senhora – O Evangelho da fé



A Providência Divina retratada na fé e na adoração dos reis Magos. A dimensão do poder intercessor de Nossa Senhora – O Evangelho da fé

      Neste Tempo do Natal, nada melhor do que fazermos algumas reflexões a respeito do nascimento de Jesus, bem como dos acontecimentos que tiveram forte influência sobre a Sagrada Família à época em que Cristo – homem – habitou entre nós.
      Muita coisa da vida de Jesus não foi transcrita pelos Evangelistas[1], os quais, todavia, retrataram o essencial da Revelação para a nossa salvação. Graças a Deus, a Tradição Apostólica, que se perpetua na Igreja até os dias de hoje (sob assistência do Espírito Santo), nos auxilia na busca à plenitude da Verdade Divina e ao regozijo na Vida Eterna.
      Mas Deus, na sua incansável busca por nossa salvação, não parou por aí...
      Uma parte lindíssima da vida de Cristo pode ser extraída da obra de Maria Valtorta[2], a quem, em meados do século 20, Jesus revelou o Evangelho em distinta profundidade. Nesse vastíssimo  trabalho – condensado em 10 (dez) volumes – estão contemplados a Imaculada Conceição de Maria, a Revelação do Reino de Deus (com sermões de Jesus na íntegra), a Paixão de Cristo, sua ressurreição e ascensão, os primórdios da Igreja, a assunção de Nossa Senhora, dentre outras passagens.
      A retratação dos detalhes sobre os hábitos dos povos da época, sua cultura, a geografia da região, os lugarejos, etc., foi determinada por Jesus a Maria Valtorta, permitindo, assim, a investigação concernente à veracidade das revelações. E estudos posteriores tem confirmado – e estarrecido – pesquisadores da área. (Detalhes sobre a obra neste blog: http://evangelismopresente.blogspot.com/search/label/Maria Valtorta).   
      Aproveitando o tempo que ora vivenciamos, transcrevo, abaixo, belíssimo trecho da obra referenciada (vol. 1 - p.199-212) onde estão contemplados: o anúncio do nascimento do Salvador pela estrela de Belém, o reconhecimento desse sinal pelos Reis Magos[3] (que vieram de regiões totalmente distintas, falavam línguas diferentes, e se encontraram no caminho guiados pela estrela que indicava a chegada do Salvador, conforme disposto no Antigo Testamento[4]), a importância de seus presentes para a sobrevivência da Sagrada Família no Egito, finalizando com uma mensagem especial de Jesus acerca da importância da fé, da humildade, e do poder de intercessão de Sua e Nossa Mãe, Maria Santíssima.
      O que vos apresento abaixo é um dos mais belos trechos da obra de Maria Valtorta. Um verdadeiro presente de Deus para nós, que ora compartilho com os leitores deste blog, pedindo ao Menino Jesus frutos de santificação.
      Um feliz Natal para todos!

      Francisco José Barroso Rios
______________________________________________

34. Adoração dos Magos. É “Evangelho da fé”.
[...]
[Sobre a estrela de Belém]
[...] É uma estrela, de grandeza extraordinária, que a faz parecer uma pequena lua, que vem avançando pelo céu de Belém. As outras estrelas parecem eclipsar-se, abrindo caminho para ela, como servas diante de sua rainha que vai passando, pois a tal ponto ela as supera em brilho, que as faz desaparecer! [...] Todas as pedras preciosas da terra estão naquela esteira de luz, que vem varrendo o céu, num movimento veloz e ondulante, como se fosse viva. Mas a cor que predomina é a que desce do corpo da estrela: uma cor celeste de safira clara, que tinge de prata azulada as casas, as ruas e o chão de Belém, berço do Salvador. Já não é mais a pobre cidade, que para nós era menos importante do que um povoado rural. Agora é uma fantástica cidade dos contos de fada, na qual tudo é de prata. Até a água das fontes e dos tanques parece diamante líquido.
Emitindo um fluxo de luz mais vivo, a estrela paira sobre a pequena casa, que está do lado mais curto da pracinha. Nem os moradores da casa, nem os habitantes de Belém a vêem, porque estão dormindo e suas casas estão fechadas; mas a estrela acelera suas palpitações de luz, faz vibrar sua cauda, e solta ondulações luminosas mais fortes, traçando pequenos semicírculos no céu, que se ilumina todo com esta rede de astros que ela arrasta consigo, numa rede de pedras preciosas, que esplendem, tingindo nas mais indistintas cores as outras estrelas, como para comunicar-lhes uma palavra de alegria.
A casinha está toda iluminada por este fogo líquido de gemas. [...] Nenhum palácio real da terra jamais teve, ou terá, uma escada como esta, feita para receber a passagem dos anjos, feita para ser usada pela mãe, que á a mãe de Deus. [...] Mas a virgem ainda não está sabendo de nada. Ela está velando sobre o berço de seu Filho, rezando. Sua alma tem esplendores que superam a estrela que está embelezando as coisas.
Da rua mestra vem chegando uma cavalgada. Cavalos arreados ou conduzidos a mão, dromedários e camelos, montados ou carregados com suas cargas. [...] Os olhos [dos reis Magos] também cintilam, as bocas se enchem de riso, porque um outro esplendor brilhou nos corações: o esplendor de uma alegria sobrenatural.
[...] Prostram-se com a fronte até o chão, beijando o pó. São três poderosos. Isto é o que nos estão dizendo suas vestes, riquíssimas. Um, de pele muito escura, tendo apeado de um camelo, envolve-se todo num manto de seda brilhante, ajustado à cinta por um aro precioso do qual pendem um punhal e uma espada, tendo esta o punho cravejado de pedras preciosas. Os outros, que apearam de dois esplêndidos cavalos, estão vestidos, um de um tecido listrado muito bonito, no qual predomina a cor amarela [...].
[...]
O mais velho dos sábios fala por todos. Explica a Maria que eles viram, numa noite no mês de dezembro passado, acender-se uma nova estrela no céu, com esplendor fora do comum. [...] Tendo, então, nascido do seio de Deus, aquela estrela teria aparecido para vir dizer aos homens alguma verdade bendita, algum segredo de Deus. Mas os homens não lhe haviam dado importância, estando eles com a alma presa na lama. Não eram capazes de levantar o olhar para Deus, não sabendo ler as palavras escritas por Ele, eterno bendito, com seus astros de fogo na abóbada dos céus[5].
[...] As conjugações dos astros, o tempo, a estação, o cálculo das horas passadas e das combinações astronômicas lhes havia dito o nome do segredo da estrela. O seu nome: “Messias”. E o seu segredo: “O Messias veio ao mundo”. Então, partiram para adorá-lo. Cada um deles sem os outros dois saberem. Por montes e desertos, vales e rios, viajando de noite, foram tomando o rumo da Palestina, porque este era o rumo da estrela. Para cada um deles, vindos de três pontos diferentes da terra, ela ia naquele rumo. Eles se tinham encontrado depois, além do Mar Morto. A vontade de Deus os tinha reunido lá, e continuaram a viagem, juntos, se entendiam, ainda que cada um falasse sua própria língua, entendendo e podendo falar a língua de cada região em que se achassem, por um milagre Eterno.
[...]
Aqui tens o ouro, como convém a um rei; aqui tens o incenso, como convém a Deus; e aqui tens, ó mãe, a mirra, pois o teu Filho é Homem, além de Deus e da carne e da vida humana conhecerá a amargura e a lei inevitável da morte. Nosso amor não queria dizer-lhe estas palavras, mas ficar sempre pensando que Ele é eterno, até em sua carne, como eterno é o Seu Espírito. Mas, ó mulher, se os mapas, e também nossas almas, não erram, Ele é o seu Filho, é o Salvador, o Cristo de Deus, e por isso deverá, para salvar a terra, tomar para Si o seu mal, um dos quais é o castigo da morte. Esta resina é para aquela hora. Para que os corpos que são santos não conheçam a putrefação da corrupção, e conservem sua integridade até o dia da ressurreição. Que por estes nossos presentes Ele se lembre de nós e salve a estes seus servos, dando-lhes o seu Reino. Por enquanto, para que sejamos santificados, que a mãe conceda o seu Pequenino ao nosso amor, para que, beijando os seus pés, desça sobre nós a benção celestial.
[...]
[...] Maria, inclinada sobre o Pequenino, toma-lhe a mãozinha, e a vai guiando, fazendo-o traçar um gesto de benção sobre a cabeça de cada um dos Magos. É já um sinal da cruz, traçado pelos dedinhos de Jesus, guiados por Maria.
[...]
Jesus diz: [É comum na obra a transcrição de ditados de Jesus ou de Maria Santíssima acerca de acontecimentos anteriormente revelados a Valtorta]
“E agora? Que vos direi, ó almas, que percebeis que a fé está morrendo? Aqueles sábios do oriente nada tinham que lhes desse a certeza da verdade. Nada tinham de sobrenatural. Tinham apenas os cálculos astronômicos e as suas reflexões, que a vida íntegra, que eles levaram, tornava perfeitas. Contudo, tiveram fé. Fé em tudo: fé na ciência, fé na consciência, fé na bondade divina.
Pela ciência, acreditaram no sinal da nova estrela, que não podia deixar de ser “aquela”, que era esperada, havia séculos, pela humanidade: o Messias[6]. Pela consciência, tiveram fé na voz da mesma que, recebendo “vozes” celestes lhes dizia: “É aquela estrela que assinala a chegada do Messias”. Pela bondade, tiveram fé que Deus não os teria enganado e, visto que a sua intenção era reta, Ele os teria ajudado, de todos os modos, a chegar até à meta desejada.
E eles tiveram êxito. Só eles, entre tantos estudiosos de sinais, compreenderam aquele sinal, porque só eles tinham na alma a ânsia de conhecer as palavras de Deus com um fim reto, que consistia antes de tudo em dar imediata honra e louvor a Deus.
[...]
Assim como não têm nenhum pensamento de futura compensação humana, não têm, quando decidem a viagem, nenhuma preocupação humana. Se fôsseis vós, teríeis pensado em mil dificuldades: “Como poderei fazer uma viagem tão grande, através de países e povos de línguas tão diferentes? Será que irão acreditar em mim, ou irão prender-me como espião? Que ajuda me darão, quando tiver que atravessar desertos, rios e montanhas?” [...] Assim é que raciocinais. Eles não raciocinam assim. Mas dizem, com uma sincera e santa ousadia: “Tu, ó Deus, lês os nossos corações, e vês qual o fim que perseguimos. Em tuas mãos nos entregamos. Concede-nos a alegria sobre humana de adorar a tua Segunda Pessoa, que se fez Carne para a salvação do mundo”.
Basta. Eles se põem a caminho, partindo das longínquas Índias (Jesus me diz depois que por Índias querem dizer Ásia meridional, onde agora está a Turquia, o Afeganistão e a Pérsia). Das cadeias de montanhas da Mongólia, sobre as quais voam somente as águias [...]. Das terras do Nilo, que vai deslizando como uma veia verde-azul [...]. A estrela brilha sobre a noite deles, não lhes permitindo dormir. Quando se procura a Deus, os hábitos animais devem ceder às impaciências e às necessidades sobre humanas.
A estrela os chama, ora do Norte, ora do Oriente, ora do Sul, e, por um milagre de Deus, vai guiando os três para um certo ponto, como por um outro milagre, os reúne, depois de tantos milhares de quilômetros, naquele ponto, e, por um outro milagre ainda, lhes dá, antecipando a sabedoria pentecostal, o dom de se entenderem e de se fazerem entender, assim como é no Paraíso, onde se fala uma única língua: a de Deus.
Um único momento de aflição os assalta, e é quando a estrela desaparece, e eles, humildes, porque são realmente grandes, não pensam que isto tenha acontecido por causa da maldade de outrem, já que os corruptos de Jerusalém não merecem ver a estrela de Deus. Mas, o que eles pensam é que eles próprios não mereçam a ajuda de Deus, pondo-se a examinarem suas consciências com tremor e com uma contrição, pronta a pedir perdão.
Mas a sua consciência os tranqüiliza. [...]
[...]
Eu disse que eles eram “humildes, porque verdadeiramente grandes”. Em nossa vida, ao invés, o que é que acontece? Acontece que um, não porque seja grande, mas porque é mais prepotente, se faz poderoso por sua prepotência, nunca humilde, pela vossa insensata idolatria. Há pobres coitados que, só por serem mordomos de alguém arrogante, ou porteiros de algum gabinete, funcionários de alguma repartição, servos afinal, de quem assim os fez, costumam tomar a pose de semideuses. Tem-se pena até de vê-los!...
[...]
[...] São os primeiros que acodem à pobreza do Salvador. Como chegou em boa hora aquele ouro, para quem amanhã deveria sair de sua terra como fugitivo! Como foi significativa aquela mirra, para quem, dentro em breve, seria morto. Como foi piedoso aquele incenso, para quem teria que sentir o mau cheiro da luxúria humana fervendo ao redor de sua infinita pureza!
Humildes, generosos, obedientes e respeitosos um para com o outro. As virtudes geram outras virtudes. Das virtudes voltadas para Deus nascem virtudes para o próximo. Respeito que, no fim, é caridade. [...]
[...]
A postura de José, que sabe ficar no “seu” lugar. [...] É Maria com seu Jesus que está recebendo homenagens e palavras. José se alegra por ela, não ficando amargurado por ser uma figura secundária. José é um justo: o Justo. É justo sempre, também nesta hora. As fumaças da festa não lhe sobem à cabeça. Ele continua humilde e justo.
[...] Nem ele nem os magos sabem que aqueles presentes vão servir durante uma fuga e uma vida no exílio, nas quais as substâncias desaparecem como uma nuvem impelida pelo vento... mas eles vão servir também para quando voltarem à pátria, depois de terem perdido tudo o que tinham deixado, os clientes, os móveis, salvando-se somente as paredes da casa, protegida por Deus, porque nela é que Ele se uniu à virgem e se fez Carne.
Ainda um último, suave e significativo ensinamento.
É Maria, que segura a mão de Jesus, que ainda não sabe abençoar, e a guia no gesto santo.
É sempre Maria que segura a mão de Jesus e a guia. Ainda hoje é assim. Agora, Jesus sabe abençoar. Mas, às vezes, sua mão traspassada cai, cansada e sem poder mais confiar, pois Ele sabe que é inútil abençoar. Na verdade, vós destruís a minha benção. Ela cai também indignada porque vós me maldizeis. Então, é Maria que tira o desprezo feito a esta mão, ao beijá-la. Oh! O beijo doce de minha mãe! Quem pode resistir a esse beijo? Depois, ela segura o meu pulso, com seus dedos delicados, mas que são amorosamente tão imperiosos e me força a abençoar.
Eu não posso repelir a minha mãe. Mas é preciso que vós vades à procura dela, para fazê-la vossa advogada. Ela é minha rainha, antes de ser vossa, e o seu amor por vós tem indulgências tais, que nem o meu conhece. Ela, mesmo sem palavras, mas só com as pérolas do seu pranto e com a lembrança da minha Cruz, cujo sinal ela me faz traçar no ar, defende a vossa causa, e ainda me admoesta: “Tu és o Salvador. Salva!”
Eis, meus filhos, o “Evangelho da fé”, na aparição da cena dos Magos. Meditai e imitai. Para o vosso bem”
(os grifos e destaques não constam do original)          
______________________________________________
Obrigado, Senhor, por este presente!


[1] João 21,25: Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever.
[2] VALTORTA, Maria. O Evangelho como me foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002, 10 volumes.
[3] Os magos eram sacerdotes da religião persa, o zoroastrismo, considerada por historiadores como a primeira manifestação de um monoteísmo ético. Eram amplos conhecedores de astronomia. Suas concepções religiosas envolviam a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias.
[4] Números 24,17: Eu o vejo, mas não é para agora, percebo-o, mas não de perto: um astro sai de Jacó, um cetro levanta-se de Israel, que fratura a cabeça de Moab, o crânio dessa raça guerreira.
[5]Segundo Ariel Álvarez Valdés, Sacerdote argentino e biblista, os escribas e sumos-sacerdotes reunidos por Herodes, ao investigarem as Escrituras para averiguar acerca da estrela, encontraram pelo menos 465 profecias sobre o Messias, e mais de 550 alusões feitas a ele nas Escrituras. E até indicaram a Herodes o lugar exato onde ele poderia encontrar o Salvador, o verdadeiro rei dos judeus. Mas nenhum deles se pôs a caminho.
[6] Is 7,14 Uma virgem conceberá e dará à luz um filho e seu nome será Emanuel, isto é, Deus conosco.
    Is 60, 1-6. 1Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. [...] 3Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora. [...] 5Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.
   (O Livro do Profeta Isaías foi escrito entre os anos 700 e 600 a.C.).

Um comentário:

  1. Na homilia da Missa da Epifania do Senhor, em 06/01/2013, o Papa lembrou o exemplo dos Reis Magos como modelo para os bispos de hoje.
    Sobre os Reis Magos, ressaltou que estes, de provável destacada cultura para a época, buscaram também o conhecimento do essencial.
    "Queriam não apenas saber; queriam conhecer a verdade acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo. A sua peregrinação exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da peregrinação interior do seu coração. Eram homens que buscavam a Deus e, em última instância, caminhavam para Ele; eram indagadores de Deus."
    "Era preciso coragem a fim de acolher o sinal da estrela como uma ordem para partir, para sair rumo ao desconhecido, ao incerto, por caminhos onde havia inúmeros perigos à espreita. Podemos imaginar que a decisão destes homens tenha provocado sarcasmo: o sarcasmo dos ditos realistas que podiam apenas zombar das fantasias destes homens. Quem partia baseado em promessas tão incertas, arriscando tudo, só podia aparecer como ridículo. Mas, para estes homens tocados interiormente por Deus, era mais importante o caminho segundo as indicações divinas do que a opinião alheia. Para eles, a busca da verdade era mais importante que a zombaria do mundo, aparentemente inteligente."
    Nessa linha, Bento XVI traçou um paralelo para a missão do bispo em nosso tempo: "A humildade da fé, do crer juntamente com a fé da Igreja de todos os tempos, há-de encontrar-se, vezes sem conta, em conflito com a inteligência dominante daqueles que se atêm àquilo que aparentemente é seguro. Quem vive e anuncia a fé da Igreja encontra-se em desacordo também, em muitos aspectos, com as opiniões dominantes precisamente no nosso tempo".
    "O agnosticismo, hoje largamente imperante, tem os seus dogmas e é extremamente intolerante com tudo o que o põe em questão, ou põe em questão os seus critérios. Por isso, a coragem de contradizer as orientações dominantes é hoje particularmente premente para um Bispo."
    "E esta valentia ou fortaleza não consiste em ferir com violência, na agressividade, mas em deixar-se ferir e fazer frente aos critérios das opiniões dominantes. A coragem de permanecer firme na verdade é inevitavelmente exigida àqueles que o Senhor envia como cordeiros para o meio de lobos. «Aquele que teme o Senhor nada temerá», diz Ben Sirá (34, 14). O temor de Deus liberta do medo dos homens; faz-nos livres!"

    ResponderExcluir