segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Deus, o verdadeiro amor da alma

Deus, o verdadeiro amor da alma – Trecho da obra de Maria Valtorta

O mundo é dos maus. O Paraíso é dos bons. Esta é a verdade e a promessa. E sobre essa se apóie a vossa força com firmeza. O mundo passa. O Paraíso não passa [...]
Só um é o amor da alma: Deus.

            Reproduzo, abaixo, trecho das revelações feitas por Jesus a Maria Valtorta, de onde podemos tirar uma mensagem de consolo diante da verdade e da promessa do Paraíso, e de paciência nesta nossa fase de cristãos militantes, frente os tempos atuais, de um mundo cada vez afastado de Deus, de um mundo cada vez mais ensandecido contra os que amam a Deus. 
            Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós!
            Francisco José

      [...] Quando um médico prepara um remédio, mistura as substâncias e a água parece ficar suja, porque ele os agita e a água fica turva. Mas depois, as partes mortas se depositam no fundo e a água se torna límpida, ainda que esteja saturada dos sucos daquelas substâncias salutares. Assim é agora. Tudo se mistura e Eu trabalho com todos. Depois, as partes mortas se depositarão e serão jogadas fora, mas as outras vivas permanecerão ativas no grande mar do povo de Jesus Cristo.
             [...]
      O mundo é dos maus. O Paraíso é dos bons. Esta é a verdade e a promessa. E sobre essa se apóie a vossa força com firmeza. O mundo passa. O Paraíso não passa. Se, sendo bom, alguém o conquista, gozará dele para sempre. E então? Por que turbar-se pelo que fazem os maus? Lembrai-vos dos lamentos de Jó? São os eternos lamentos de quem é bom e oprimido; porque a carne geme, mas não deveria gemer, e, quanto mais espezinhada, mais deveria alçar as asas da alma, no júbilo do Senhor.
            Credes vós que sejam felizes aqueles que parecem felizes porque, de modo lícito e, ainda mais, de modo ilícito, estão com seus celeiros repletos, cheias as suas dornas e com seus odres transbordantes de óleo? Não. Eles sentem o sabor do sangue e das lágrimas alheias em todos os seus alimentos, e sua cama lhes parece cheia de espinhos, tanto sentem nela os remorsos gritantes. Depredam os pobres, despojam os órfãos, roubam o próximo para amontoarem, oprimem os que são menores do que eles em poder e perversidade. Não importa. Deixai-os. O reino deles é deste mundo. E, quando eles morrerem, que, sobrará? Nada. Se não se quer chamar de tesouro ao monte de culpas que eles levarão consigo e com o qual se apresentarão a Deus. Deixai-os. São os filhos das trevas, os rebeldes à Luz, e não podem seguir os luminosos caminhos desta. [...]
            [...]
            "Que diremos desses infelizes? Deus lhes deu tempo de fazer penitência e eles abusam dele para pecar. Mas Deus não os perde de vista, ainda que pareça que sim. Chegará o momento no qual, ou porque, como um raio que penetra até no rochedo, o amor de Deus rasga o duro  coração deles, ou porque a soma dos delitos leva a onda de lama até às suas faces e a seus narizes – e eles sentem, oh! Finalmente eles sentem!, o nojo daquele sabor e daquele fedor, que para os outros é repugnante e que enche o coração deles – chega um momento em que ficam com nojo daquilo e surge neles um movimento de desejo do bem.
            A alma então grita: "E quem me dera poder voltar aos tempos de antes, quando eu estava na amizade com Deus? [...] E agora, que sou eu? [...] Sim, assim fala em certas horas a alma dos pecadores, dos verdadeiros Jós, porque não há miséria maior do que esta, de alguém que perdeu para sempre a amizade de Deus e o seu Reino. E devem causar dó. Somente dó.
      São pobres almas que, por ociosidade ou leviandade, perderam o Esposo eterno. "De noite, em meu leito procurei o amor de minha alma e não o encontrei". De fato, nas trevas não se pode distinguir o esposo, e a alma, estimulada pelo amor, sem pensar, porque cercada pela noite espiritual, procura e quer encontrar um refrigério para o seu tormento. Pensa encontrá-lo em um amor qualquer. Não. Só um é o amor da alma: Deus. Vão, estas almas, que o amor de Deus aguilhoa, buscando o amor. Bastaria que quisessem em si a luz, e teriam amor ao seu consorte. Vão como doentes, procurando, às cegas, o amor, e encontram todos os amores, todas as coisas sujas às quais o homem deu esse nome, mas não encontram o amor; porque o amor é Deus e não o outro, a sensualidade, o poder.
      [...]

(Valtorta, Maria. O Evangelho como me foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002. v. 2. p. 361-363) (grifei)

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