Os atentados foram reivindicados pelo grupo islâmico fundamentalista Boko Haram, cujo nome significa “educação ocidental é sacrilégio”'. A organização promove uma campanha para implementar a rígida lei da charia (código islâmico) na região norte da Nigéria, de população predominantemente muçulmana, e expulsar todos os cristãos.
De acordo com a BBC, esse é o mais grave ataque já realizado pelo grupo Boko Haram contra a polícia e representa um constrangimento para as autoridades do país. Abul Qaqa, um porta-voz do Boko Haram, disse na cidade de Maiduguri, no nordeste da Nigéria e que abriga o QG do grupo militante, que os ataques foram uma resposta à recusa das autoridades em libertar militantes da organização que estão presos.
“Vamos ver como o governo reagirá a este novo ataque” – diz o arcebispo de Jos, Dom Kaigama, segundo o qual, muitos cristãos estão chegando à cidade em fuga dos ataques no estado de Yobe, no norte. “Estas pessoas vêm aqui para se unir às suas famílias” – explica.
Dom Kaigama ressalta ainda que “é preciso olhar além do aspecto religioso da crise”. Segundo ele, existem forças malignas que manipulam a religião e que estão por detrás deste conflito: “Devemos descobrir quem são elas, pois muitos interesses alimentam a tensão e a violência na Nigéria”.
O arcebispo se diz surpreso pelo fato que a Boko Haram consiga realizar ataques tão sofisticados e coordenados contra a população civil e policiais de Estado. “Estes ataques são conduzidos de modo eficiente e com precisão. Por isso, precisamos enxergar além das aparências: existe uma rede sofisticada que recruta pessoas, as treina e as arma para realizar este tipo de ataques” – reflete Dom Kagama.
(CM)
Fonte: Rádio Vaticano (23 jan 2012)
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