Nossa Senhora, a primeira a ser visitada por Cristo Ressuscitado
E eu vou à minha Mãe. É bem justo que Eu vá a Ela. [...] Antes de voltar ao Pai com a minha veste de homem glorificada, Eu vou à minha Mãe. Eu, no meu fulgor da minha veste paradisíaca e das minhas jóias vivas. Ela pode tocar em Mim, Ela as pode beijar, porque Ela é a Pura, a Bela, a Amada, a Bendita, a Santa de Deus.
O Novo Adão vai à Nova Eva. O mal entrou no mundo pela mulher, e pela Mulher foi vencido. [...]
E depois de ter ido à Pura, à qual, por direito de Santidade e Maternidade, é justo que se dirija o Filho de Deus, Eu me apresento à mulher redimida [Maria Madalena], ao tronco de nossa raça, à representante de todas as criaturas femininas que Eu vim livrar das mordidas da luxúria.
Recentemente, postei neste blog trechos da obra de Maria Valtorta onde se destaca o intenso poder de intercessão junto a Deus que tem nossa Mãe Santíssima (“A intercessão Mariana e a antecipação do tempo da Graça e da Ressurreição de Cristo. Lições extraídas das Bodas de Caná e da Ressurreição do Senhor”). Na ocasião, também transcrevemos considerações feitas por Jesus sobre Sua Ressurreição, onde Ele assevera haver aparecido primeiramente para sua Mãe, que, diferentemente de Madalena, pôde tocá-Lo antes de sua apresentação ao Pai, “[...] porque Ela é a Pura, a Bela, a Amada, a Bendita, a Santa de Deus”.
Essa revelação corrobora, novamente, a importância do Magistério da Igreja, já que tal acontecimento, não descrito pelos Evangelistas, é ponto concorde entre bons intérpretes dos Livros Sagrados, como João Paulo II, o qual, com fortes argumentos, sustenta que Cristo se manifestou, no esplendor da vida ressuscitada, primeiramente, para sua Mãe:
3. É antes legítimo pensar que, de modo semelhante a Mãe tenha sido a primeira pessoa a quem Jesus ressuscitado apareceu. A ausência de Maria do grupo das mulheres que ao alvorecer se dirige ao sepulcro (cf. Mc. 16, 1; Mt. 28, 1), não poderia talvez constituir um indício do fato de Ela já se ter encontrado com Jesus? Esta dedução encontraria confirmação no dado que as primeiras testemunhas da ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, que tinham permanecido fiéis ao pé da Cruz, e portanto mais firmes na fé. Com efeito, a uma delas, Maria de Mágdala, o Ressuscitado, confia a mensagem a ser transmitida aos Apóstolos ( cf. Jo. 20,17-18).
Também este elemento consente talvez pensar em Jesus que aparece em primeiro lugar à sua Mãe, Aquela que permaneceu a mais fiel e, na prova, conservou íntegra a fé. Por fim, o caráter único e especial da presença da Virgem no Calvário e a sua perfeita união com o Filho no sofrimento da Cruz, parecem postular uma sua particularíssima participação no mistério da ressurreição.
Um autor do século quinto, Sedúlio, afirma que Cristo Se mostrou no esplendor da vida ressuscitada, antes de tudo, à própria Mãe. Com efeito, Aquela que na anunciação tinha sido a via do Seu ingresso no mundo, era chamada a difundir a maravilhosa notícia da ressurreição, para se fazer anunciadora da Sua vinda gloriosa. Inundada assim pela glória do Ressuscitado, Ela antecipa o “resplendor” da Igreja (cf. Sedúlio, Carmen Pascale, 5, 357-364, CSEL 10, 140 s.).
4. Sendo imagem e modelo da Igreja, que espera o Ressuscitado e que no grupo dos discípulos O encontra durante as aparições pascais, parece razoável pensar que Maria tenha tido um contato pessoal com o Filho ressuscitado, para gozar também ela da plenitude da alegria pascal.
Presente no Calvário durante a Sexta-Feira Santa (cf. Jo. 19, 25) e no cenáculo, no Pentecostes (cf. At. 1, 14), a Virgem Santíssima foi provavelmente testemunha privilegiada da ressurreição de Cristo, completando desse modo a sua participação em todos os momentos essenciais do Mistério pascal. Acolhendo Jesus ressuscitado, Maria é além disso sinal e antecipação da humanidade, que espera obter a sua plena realização mediante a ressurreição dentre os mortos.”
(Fonte: L’Osservatore Romano, ed. port. n.21, 24/05/1997, pag. 12(240). Do livro: A Virgem Maria: 58 Catequeses do Papa João Paulo II) (grifei e destaquei)
Passemos, agora, às “Considerações sobre a Ressurreição”, ditadas por Jesus a Maria Valtorta em 21 de fevereiro de 1944:
620. Considerações sobre a Ressurreição
As orações ardentes de Maria anteciparam por algum tempo a minha Ressurreição.
Eu havia dito: “O Filho do Homem está para ser morto, mas no terceiro dia ressurgirá”, Eu havia morrido às três da tarde de Sexta-feira. Quer calculeis os dias, dizendo seus nomes, quer os calculeis por horas, não era a aurora do domingo a que devia me ver ressurgir. Como horas eram somente trinta e oito, em vez das setenta e duas, as em que o meu corpo permaneceu sem vida. Como dias, devia pelo menos chegar a tarde deste terceiro dia para se poder dizer que Eu havia ficado três dias na tumba.
Mas Maria antecipou o milagre. Foi quando como, com sua oração, Ela abriu os Céus, com a antecipação de cerca de um ano sobre a época prefixada, para dar ao mundo a sua salvação, assim agora Ele obteve a antecipação de algumas horas, para dar um conforto ao seu coração, que estava morrendo.
E Eu, ao primeiro alvorecer do terceiro dia, desci como o sol e, com o meu fulgor, desfiz os selos humanos, tão inúteis diante do Poder de Deus, de minha força Eu fiz uma alavanca, para fazer revirar a pedra, que inutilmente estava sendo velada, com meu aparecimento fiz um fulgor, que aterrorizou os três vezes inúteis guardas, lá postos para vigiarem uma morte que era vida, e que nenhuma força humana podia impedir que assim o fosse.
[...]
Passo por entre os guardas desfalecidos, símbolos das almas em culpa mortal, que não percebem a passagem de Deus.
É a Páscoa, Maria. Esta é a passagem do Anjo de Deus! A sua passagem da morte para a vida. Sua passagem para dar a vida aos que crêem em meu Nome. A Páscoa. A paz que passa pelo mundo. A paz, não mais velada pela condição de homem. Mas livre, completa em sua eficiência divina que voltou.
E eu vou à minha Mãe. É bem justo que Eu vá a Ela. Isto foi justo também para com os meus anjos. Mas bem mais justo o é para com aquela que, além de ser minha guarda e conforto, ainda foi para mim quem me deu vida. Antes de voltar ao Pai com a minha veste de homem glorificada, Eu vou à minha Mãe. Eu, no meu fulgor da minha veste paradisíaca e das minhas jóias vivas. Ela pode tocar em Mim, Ela as pode beijar, porque Ela é a Pura, a Bela, a Amada, a Bendita, a Santa de Deus.
O Novo Adão vai à Nova Eva. O mal entrou no mundo pela mulher, e pela Mulher foi vencido. O Fruto da Mulher desintoxicou os homens da baba de Lúcifer. Agora, se eles quiserem, podem ser salvos. Ele salvou a mulher, que ficou tão frágil depois da ferida mortal.
E depois de ter ido à Pura, à qual, por direito de Santidade e Maternidade, é justo que se dirija o Filho de Deus, Eu me apresento à mulher redimida [Maria Madalena], ao tronco de nossa raça, à representante de todas as criaturas femininas que Eu vim livrar das mordidas da luxúria.
Eu não me faço tocar por ela. Ela não é a Pura que, sem contaminá-lo, pode tocar no Filho, que está de volta para o Pai. Muito ela tem que purificar-se por sua penitência. Mas o seu amor bem que merece esse prêmio. [...]
[...]
Estás vendo como Eu amo até quem foi culpado mas que quis sair da culpa? Nem a João Eu me mostrei em primeiro lugar, mas sim a Madalena. [...]
Madalena, a que ressuscitou para a Graça, foi a que teve, por primeiro, a visão da Graça ressuscitada.
Quando me amais, a ponto de vencer tudo por Mim, Eu vos seguro pela cabeça e pelo coração adoentado, entre minhas mãos traspassadas, e sopro em vosso rosto o meu poder. E Eu vos salvo, vos salvo, ó filhos que Eu amo. Vós, já tornados belos, sãos, livres, ó filhos que Eu amo. Vós vos tornais os filhos queridos do Senhor. Eu faço de vós os portadores da minha Bondade por entre os pobres homens, aqueles a quem dais testemunho da minha Bondade para com eles, a fim de que eles fiquem persuadidos dela e de Mim.
Tende, tende fé em Mim. Tende amor. Não tenhas medo. Que vos faça confiantes no Coração de vosso Deus tudo o que Eu padeci para salvar-vos.
[...]
(Valtorta, Maria. O Evangelho como me foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002. v. 10. p. 232-236) (grifei)
Virgem Santíssima, rogai por nós!
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