quarta-feira, 23 de março de 2011

O Primeiro Mandamento – Amar a Deus sobre todas as coisas


Neste tempo da Quaresma iniciamos a temática dos Mandamentos da Lei de Deus, reproduzindo alguns ricos trechos extraídos das revelações feitas a Maria Valtorta (O Evangelho como me foi revelado. Isola del Liri - Itália: Centro Editoriale Valtortiano, 2002. 10 volumes) (já falamos sobre essa obra neste blog).
Numa dessas passagens, ao tratar dos Dez Mandamentos revelados a Moisés no Monte Sinai, Jesus ressalta a perfeita sintonia destes com a “Boa Nova”: “O Decálogo é a Lei. O Meu Evangelho é a doutrina que vos torna mais clara essa Lei e mais desejável para ser seguida. Bastariam essa Lei e esta doutrina para fazer os homens santos” (Valtorta, ob. cit., v. 1, p. 218)

[...] No Reino dos Céus serão felizes aqueles que tiverem honrado o Senhor em verdade e justiça, e amado os pais e parentes com respeito; aqueles que não tiverem roubado de nenhum modo e nenhuma coisa, ou seja, tiverem dado e pretendido o justo, também nos trabalhos dos servos; aqueles que não tiverem matado nem reputações nem criaturas e não tiverem tido o desejo de matar, mesmo quando os modos dos outros forem tão cruéis que sublevem o coração até à indignação e à revolta; aqueles que não tiverem jurado falso prejudicando ao próximo e à verdade; aqueles que não tiverem cometido adultério ou vício carnal, qualquer que seja; aqueles que, mansos e resignados, tiverem sempre aceitado a sua sorte, sem invejas dos outros. Desses é o Reino dos Céus, e até o mendigo pode ser lá em cima um rei feliz, enquanto que o Tetrarca, em seu poder, será menos do que nada, e até mais do que nada: será alimento de Mamon, se tiver agido contra a lei eterna do Decálogo”. (ob. cit., v. 2, p. 188)

Hoje trataremos do Primeiro Mandamento da Lei de Deus: “amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Dt, 6,5; Lc, 10, 27). E o preceito Divino enseja uma lógica bastante transparente: para que amemos a Deus com tamanha intensidade é necessário que busquemos o “[...] entendimento” a respeito de Deus, pois ninguém ama a quem não conhece.
Iniciando essa busca, vejamos algumas palavras de Jesus sobre o primeiro dos Mandamentos:

[...] Vós façais tudo o que Deus diz. E sobretudo, esforçai-vos para serdes perfeitos nos dois mandamentos principais. Se amardes a Deus com todo vosso ser, não ireis cometer pecado, que é uma dor causada a Deus. Quem ama não quer causar dor. Se amardes o próximo como a vós mesmos, não sereis mais que filhos respeitosos para com os vossos pais, esposos fiéis aos consortes, homens honestos nos negócios, sem violências com os inimigos, sem mentira nos vossos depoimentos, sem inveja de quem possui, sem concupiscência, sem luxúria para com a mulher do próximo. Não querendo fazer aos outros o que não quereríeis que fosse feito a vós, não roubaríeis, não mataríeis, não caluniaríeis, não entraríeis, como uns cucos, nos ninhos dos outros.
[...] Levai à perfeição a obediência aos dois preceitos de amor: amai também os vossos inimigos.
[...]
Amai. Que o amor seja para vós escada por onde, tendo vos tornado anjos, subireis, como viu Jacó, até o Céu, ouvindo o Pai dizer a todos e a cada um: "Eu serei o teu protetor por onde andares, e te reconduzirei a esta cidade: ao Céu, ao Reino Eterno ". (ob. cit., v. 1, p. 318-319)
[...]
[...] E o modo de julgar [no Reino de meu Pai] será diferente. Não serão os ricos e os poderosos, por serem tais, que vão ser honrados. Mas só aqueles que tiverem sempre amado a Deus, amando-o mais que a si mesmos e acima de qualquer outra coisa, como o dinheiro, o poder, a mulher, a mesa; e amando os próprios semelhantes que são todos os homens, sejam ricos ou pobres, conhecidos ou desconhecidos, instruídos ou analfabetos, bons ou maus. Sim, até aos maus é preciso amar. Não pela sua maldade, mas por piedade para com as suas almas, por eles feridas de morte. É preciso amá-los com um amor que suplica ao Pai celeste que os cure e os redima. (ob. cit., v. 2, p. 188)
[...]
Foi dito: ‘Não farás para ti deuses em minha presença’” [...] “Contudo, o que não nos foi possível fazer pelo verdadeiro Deus, eis que o homem o faz pelos deuses mentirosos. Um ergue um altar à mulher; outro, ao ouro; outro, ao poder; outro à ciência; outro, aos triunfos militares; um adora o homem poderoso, seu semelhante por natureza e superior apenas em prepotência ou fortuna; outro adora a si mesmo, e diz: ‘Não há outros iguais a mim’. Aí estão os deuses daqueles que não são do povo de Deus. [...] (idem, v. 2, p. 260-261)
[...] Mas seu Coração só se fecha quando persistis no pecado, querendo pecar, fazendo de um certo pecado, ou de muitos pecados, os vossos deuses horrorosos. Abatei todos os ídolos, e dai lugar ao Deus verdadeiro. Ele descerá com a sua glória para consagrar o vosso coração, quando se vir sozinho em vós. (idem, v. 2, p. 262)
(os grifos são meus)

Meditar sobre os dez mandamentos é uma boa diretriz para se fazer um bom exame de consciência antes da Confissão. Há bons sítios na internet com reflexões que ajudam nessa tarefa. Abaixo relaciono um deles.

Que Deus abençoe a todos,

Francisco José

Nenhum comentário:

Postar um comentário